Juro alto derruba previsão do PIB e Fazenda revisa para baixo

Taxa de juros elevada trava a economia do país (Foto: Marcello Casal Jr - Agência Brasil)

“Repercutindo o alto patamar dos juros reais”, o Ministério da Fazenda revisou para baixo a previsão de crescimento da economia do país em 2025.

De acordo com boletim da Secretaria de Política Econômica, divulgado nesta quinta-feira (13), o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve crescer 2,2% este ano, ante previsão de 2,3% em setembro.

“O ritmo de atividade seguiu em desaceleração no terceiro trimestre, repercutindo o alto patamar dos juros reais (…) Essa desaceleração já era esperada, e repercute efeitos defasados e cumulativos da política monetária restritiva em vigor [taxa Selic elevada]”, informou o Ministério da Fazenda no boletim. Para 2026, a estimativa é que a economia cresça 2,4%, mantendo a previsão anterior.

A Fazenda ainda projetou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice considerado a inflação oficial do país, fechará este ano com alta de 4,6%, abaixo dos 4,8% projetados em setembro, mas, ainda assim, acima da meta do Banco Central para a inflação, de 3% – e ultrapassando também o teto da meta, de 4,5%.

As projeções do próprio governo demonstram, portanto, que a Selic a 15% não é eficaz para combater a inflação – que deve se manter acima da meta, e é extremamente nociva para a economia.

“Ao longo do ano [que vem], espera-se que a política monetária se torne menos contracionista [com queda do juro], contribuindo para tornar o mercado de crédito menos restritivo junto com políticas de crédito habitacional e ao trabalhador”, avaliou a Secretaria de Política Econômica.

Embora seja evidente que manter o Brasil com a segunda maior taxa de juro real do mundo desacelera a economia do país, o Banco Central optou, na última reunião de decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), por manter a Selic no mesmo patamar – o maior em quase 20 anos.

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