De acordo com o Ministério do Trabalho, 1,16 milhão de vagas formais de emprego foram criadas no país nos sete primeiros meses deste ano, um recuo de 27,7% na comparação com o mesmo período de 2022
Em julho, foram criadas 142,7 mil novas vagas formais, segundo divulgou o Ministério do Trabalho e Emprego. O resultado é 36% menor que o mês de julho do ano passado.
Ao analisar o resultado da geração de empregos com carteira assinada, o ministro Luiz Marinho ressaltou que “o crédito, os juros altos, ainda atrapalham o encadeamento da economia brasileira”.
No mês ocorrem 1,883 milhão de contratações e 1,740 milhão de demissões, registrando um saldo líquido de 142,7 mil novos empregos com carteira assinada. No mesmo mês do ano passado foram criados 225 mil empregos formais. O resultado atual é 36,6% menor.
Em julho deste ano, o setor de serviços gerou 56.303 postos de t rabalho, o que mais contratou. O comércio veio em seguida com 26.744 contratações. A construção civil com 25.423, a indústria com 21.254 e a agropecuária com 12.978 de vagas abertas completam os 142,7 mil novos empregos.
Para Marinho, “o anúncio por parte do governo da retomada de obras paradas pelo governo assim como novos anúncios do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], do Minha Casa Minha Vida, apontam cenários de investimento com aspecto positivo para a economia brasileira”.
Este ano a economia vem apresentando marcas perigosas. As reestruturações financeiras de empresas do comércio varejistas (Casas Bahia, Marisa, Cassino/ Pão de Açúcar, Amaro, Centauro e, mesmo com fraude, as Americanas), entre outras do segmento, com fechamento de lojas, redução ou mesmo suspensão de investimentos, são exemplo disso.
O número de pedidos de Recuperações Judiciais aumentou em 52% entre janeiro e junho de 2023 sobre 2022. Foram registrados 593 novos pedidos frente aos 390 pedidos de um ano para outro, segundo a Serasa.
Essas realidades estão presentes no atacado, na indústria e mesmo nos serviços, com melhor desempenho. Nas RJs, no varejo e nos outros setores, estão as demissões de trabalhadores, que somam o o total de demissões do período. O resultado de julho e do ano poderiam ser bem melhores.
A análise dos números acumulados do primeiro semestre demonstra que o saldo líquido de 2023 foi influenciado mais pelas demissões do que pelas contratações. Ambas subiram, mas as demissões foram 446.923 a mais.
Esse número é resultado da diferença acumulada entre os saldo de admissões e demissões de 2022 e 2023 até julho. Neste ano, a abertura líquida foi de 1.166.125 vagas, resultado de 13.817.285 admissões e 12.651.160 desligamentos. No mesmo período de 2022, a criação líquida foi de 1.613.048, resultado de 13.690.761 admissões e 12.077.713 desligamentos.
Na raiz dessa situação, todos sabem, menos os rentistas que não querem saber, estão nos escorchantes juros no crédito ao setor produtivo e ao consumidor, em todas as suas modalidades, com a Selic, taxa básica da economia, mantida pelo Banco Central (BC) em 13,25 a.a.
Esse percentual comparado aos 2% da Selic em agosto de 2021 significa 562% de variação na taxa Selic. É nessa variação que está a “autorização” aos bancos para manter os juros nas alturas do Everest.