
Percentual de 30,4% em agosto “se dá especialmente em um cenário de crédito mais caro e prazos mais curtos”, alerta José Roberto Tadros, presidente da CNC
A inadimplência atingiu novo recorde no mês de agosto, com o percentual de 30,4% das famílias brasileiras sem condições de pagar as contas. É o maior patamar da série histórica da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), iniciada em 2010 pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O percentual de famílias que não terão condições de pagar as dívidas em atraso aumentou para 12,8%, a maior taxa desde dezembro de 2024 (13,0%).
O arrocho no crédito e os juros elevados empurram as famílias para inadimplência, segundo alertou o presidente da CNC, José Roberto Tadros, ao comentar a pesquisa divulgada nesta terça-feira (9). “Isso se dá especialmente em um cenário de crédito mais caro e prazos mais curtos. É um sinal de alerta importante para a economia doméstica”.

A entidade destaca dados do Banco Central apontando que a taxa média de juros cobrada aos consumidores apresentou evolução pelo sexto mês, atingindo 58,32% a.a., a maior desde maio de 2023 (58,60%),
O endividamento cresceu pelo sétimo mês consecutivo, alcançando 78,8% dos lares brasileiros, o maior índice desde novembro de 2022.
O cartão de crédito, com os juros abusivos, em média, de 450% ao ano, segue sendo predominante por 84,5% dos endividados.
Estamos lascados com juros altos. E vem mais misérias para a classe média, com o regulamento da Receita Federal, com cobrança de IPTU pelo valor real do imóvel. Se do jeito que está, já é duro pagar IPTU a vida inteira, imagine essa coisa se multiplicando agora. Ou vamos perder nossa casa ou vamos ter que passar fome.