“O Brasil tem ficado muito aquém do crescimento médio internacional, justamente por estar praticando essas taxas de juros reais que fazem com que, somente com a rubrica ‘juros sobre a dívida pública’, nós estejamos gastando mais do que a soma do que gastamos em saúde e educação”, afirmou José Gomes
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, voltou a criticar as altas taxas de juros impostas pelo Banco Central. “É inconcebível que um país tão rico como o Brasil, que oferece tanta segurança para aquele credor do nosso Estado, continue praticando taxas de juros tão mais altas do que os países com os quais nós competimos no cenário internacional”, afirmou, em reunião da diretoria da entidade, na segunda-feira (8/5). O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, participou da reunião como convidado, onde um dos temas tratados foi a Reforma Tributária.
“O Brasil tem ficado muito aquém do crescimento médio internacional, justamente por estar praticando essas taxas de juros reais que fazem com que, somente com a rubrica ‘juros sobre a dívida pública’, nós estejamos gastando mais do que a soma do que gastamos em saúde e educação”, afirmou.
Josué Gomes defendeu a redução da taxa de juros, que foi mantida na semana passada pelo Banco Central em 13,75% ao ano, a taxa básica de juros (Selic), patamar em que se encontra desde agosto do ano passado.
“O Brasil hoje pratica uma taxa de juros reais de uma magnitude que é inconcebível: 8%. E sempre que se coloca esse debate, os técnicos costumam argumentar que a ‘pré-condição’ para que os juros caiam no país é a questão fiscal”, ressaltou.
“O problema é que os próprios juros reais que vêm sendo praticados nos últimos 29 anos, tão mais altos que no resto do mundo, são causadores do problema fiscal. Porque, ao empobrecerem o país, ao diminuírem a capacidade de crescimento da economia nacional, forçam, por um lado, uma menor capacidade de arrecadação do Estado e, por outro, uma necessidade do Estado de socorrer pessoas que ficaram em situações mais fragilizadas pelo próprio não crescimento da economia”, enfatizou o dirigente da Fiesp. “O Brasil precisa romper esse ciclo, sob pena de continuar empobrecendo. Se a inflação aleija e o câmbio mata, os juros empobrecem”.