Quem utilizou o cartão de crédito rotativo em setembro arcou, na média, com uma taxa de juros de 278,7% ao ano. Mais caras em 4,7 pontos percentuais em relação às taxas praticada no mês de agosto.
O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. O crédito rotativo dura 30 dias. Após esse prazo, as instituições financeiras parcelam a dívida.
As taxas do cartão chegaram, na média, até 292,2% para os consumidores que não pagaram ou atrasaram o pagamento do mínimo da fatura (rotativo não regular).
Os dados foram divulgados sexta-feira (26), pelo Banco Central.
Enquanto a taxa de juros do rotativo chegou a 278,7% ao ano, o parcelamento das dívidas do cartão de crédito pôde ser feito com juros de 152,4% ao ano em setembro.
É uma redução muito generosa que os bancos fazem. Algo parecido como lançar uma boia para o afogado, mas mantê-lo a deriva em alto mar, estrangulado por taxas de juros ainda estratosféricas. Se, ainda assim, sobreviver e quitar essa dívida, será vítima de uma terrível extorsão.
O cheque especial, que junto com o cartão de crédito é a linha de crédito mais extorsiva do mercado, depois de subir 1,8% em setembro, em relação a agosto, situou-se e, 301,4% ao ano.
As taxas do crédito pessoal, em setembro, em média, foi de 122,2% ao ano. A taxa do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) atingiu a taxa de 24,4% ao ano no mês.
A taxa média de juros para as famílias aumentou 0,4 ponto percentual em setembro para 52,2% ao ano. A taxa média das empresas se manteve em 20,4% ao ano.
Os patamares das taxas de juros ao consumidor e às empresas são tão altos no país que os 24,4% do consignado ou os 20,4%, ambos na média, em relação aos recursos de crédito cedidos, passa como algo razoável.
Num sistema financeiro com algum nível de equilíbrio, essas taxas tidas “mais baixas” poderiam ensejar uma condenação penal por usura.