
São 13,1 bilhões a mais do que o mesmo mês de 2024 (R$ 65,2 bilhões) de recursos públicos transferidos a bancos e demais rentistas, via pagamento de juros
O gasto do setor público consolidado (União, Estados/município e estatais) com o pagamento de juros atingiu R$ 924,0 bilhões (7,78% do PIB), no acumulado em doze meses até fevereiro de 2025. Um aumento de R$ 177,1 bilhões frente ao que foi gasto para o mesmo período de meses de 2024.
Em fevereiro, a gastança com os juros somou R$ 78,3 bilhões, o que é 13,1 bilhões a mais do que foi transferido do Orçamento – via o pagamento de juros da dívida – a bancos e rentistas, no mesmo mês de 2024 (R$ 65,2 bilhões).

“Contribuíram para essa evolução o aumento da taxa Selic” (taxa de juros básica da economia), diz o BC.

O gasto com os juros, em 12 meses, supera em léguas os R$ 233 bilhões previstos em investimentos mínimos para ações e serviços públicos de saúde, no Orçamento de 2025, aprovado pelo Congresso Nacional este ano, mas que ainda depende da sanção presidencial para entrar em vigor.
Também é maior para o que está previsto para a Educação, R$ 167 bilhões, do Bolsa Família (R$ 160 bilhões) e o que o governo federal tem livre para investir este ano (89,4 bilhões), o que é um pouco acima do piso de 0,6% do PIB – Produto Interno Bruto brasileiro.
Na semana passada, deputados repudiaram a recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), de elevar a Selic em 1 ponto percentual, de 13,25 para 14,25% ao ano, em sessão solene pelos 60 anos do BC, com a participação do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, na Câmara.
O deputado Mauro Benevides Filho (PDT-CE) alertou que a decisão de aumentar os juros tem forte impacto no crescimento da dívida pública.
“Em dezembro de 2024, o Congresso Nacional cortou R$ 49 bilhões de despesas, mas no mesmo dia o Banco Central aumentou a Selic em 1 ponto e fez o ‘forward guidance’ (orientação sobre o que esperar da política de juros futuramente) de mais 2 pontos. Isso acabou representando R$ 150 bilhões a mais na dívida”, criticou Benevides Filho.