Nesta quarta (24), o juiz Eduardo Lourenço Bana determinou o bloqueio de R$ 27 milhões do ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) pela Operação Quadro Negro, que apurou desvios de recursos para obras de escolas públicas do Paraná.
O juiz da 5ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba também determinou o bloqueio de R$ 263 milhões de outros alvos, sendo o deputado federal e ex-chefe da Casa Civil de Richa, Valdir Rossini (PSDB), o deputado estadual Paulo Miro (DEM) e mais 10 colaboradores, investigados nas ações de improbidade administrativa.
A decisão do juiz acolhe ação civil pública do Ministério Público Paranaense, que aponta supostos desvios em oito aditivos do Estado, autorizados pela administração pública com a empreiteira Valor em dezembro de 2014. Todos, segundo a promotoria, fruto de fraudes à licitação, somam R$ 4,9 milhões.
A Operação Quadro Negro já contou com a delação premiada, já homologada do dono da empreiteira Valor, Eduardo Lopes de Souza, que havia confessado o pagamento de R$ 12 milhões à campanha de Beto Richa ao governo do Estado em 2014, advindos de desvios em obras nas escolas públicas do Paraná.
As investigações também apontaram que Maurício Fanini, ex-diretor da Secretaria de Estado da Educação (Seed), protagonista dos desvios de recursos, seguia ordens do ex-governador, que seria o principal beneficiário do esquema fraudulento.
Os procuradores do processo dizem que mais de 20 mil alunos foram prejudicados com a ausência das escolas que deveriam ser concluídas.