A Justiça do Rio bloqueou nesta quinta-feira (8) os bens do ex-presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) Jorge Picciani. Ele e outros investigados ocultaram patrimônio através da compra de gado subfaturado. Para lavar de dinheiro, os criminosos usaram as empresas de Picciani.
A decisão atende pedido do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção do Ministério Público do Rio (GAECC), em ação civil pública de responsabilidade objetiva. A decisão bloqueia R$ 4 milhões de Picciani, além de ativos de seu filho Felipe Carneiro Monteiro Picciani (R$ 2,2 milhões), André Gustavo Vasconcellos Monteiro (R$ 780 mil) e das empresas Agrobilara Comércio e Participações Ltda (R$ 2,1 milhões) e Agrocopa (R$ 1,2 milhão).
As operações Descontrole, Quinto do Ouro e Cadeia Velha, demonstraram a realização de operações de compra e venda de gado a preços subfaturados levadas a cabo por Jonas Lopes de Carvalho Júnior, ex-presidente do TCE, com Picciani, seu filho Felipe, e André Gustavo Vasconcellos Monteiro entre setembro de 2014 e segundo semestre de 2015, usando as empresas Agrobilara e Agrocopa. Leonardo Picciani, filho de Jorge Picciani, foi secreta´rsio de Habitação de Sérgio Cabral, é ministro dos Esportes de Temer e foi um destacado integrantes da base aliada de Dilma Rousseff.
Picciani era do mesmo grupo de Sérgio Cabral. Nesta época o grupo controlava a Assembleia Legislativa do Rio. Eles eram os principais aliados de Lula e Dilma no Rio de Janeiro. O Ministério Público afirma na ação que os investigados, também através da Agrobilara e da Agrocopa emitiram a partir de março de 2017 notas fiscais complementares às compras realizadas como forma de obstar e dificultar as investigações já em curso “sobre as atividades das sociedades empresárias ligadas a Jorge Picciani que haviam se prestado à lavagem de ativos de Jonas Lopes de Carvalho Júnior”.