Parlamentar também já foi denunciado pela PGR por racismo. Segundo ele, os africanos têm “quociente de inteligência baixo, inclusive comparando a de macacos”
O deputado federal bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO) foi condenado a pagar R$ 80 mil por ter aliciado e constrangido funcionários de empresas de aliados a votarem no ex-presidente Jair Bolsonaro, durante as eleições de 2022.
Em reuniões feitas dentro dos locais de trabalho, Gayer disse que os empregos só seriam mantidos caso votassem na reeleição de Jair Bolsonaro,
O juiz Celismar Coelho de Figueiredo, da 7ª Vara do Trabalho de Goiânia, afirmou que as provas apresentadas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) na denúncia “deixam clara a prática de assédio moral eleitoral no ambiente de trabalho perpetrada pelo requerido [Gayer] contra trabalhadores de diversas sociedades empresárias sediadas nesta Capital [Goiânia], coagindo-os moralmente a votarem em um candidato específico como meio de manutenção e criação dos empregos, caso referido candidato fosse reeleito”.
A denúncia do MPT mostra uma reunião de Gustavo Gayer com os funcionários da Narciso e Athayde Lanchonete e Mercearia e Panificadora Ltda., durante a qual cometeu assédio eleitoral. Após acordo com o MPT, a panificadora ficou de fora da denúncia.
Gayer diz que foi ao local apenas para “debater a atual conjuntura política do país”, mas o juiz do Trabalho aponta que “o arcabouço probatório, em especial os documentais, trazido aos autos pelo requerente [MPT] com a inicial evidenciam o contrário”.
Ameaçar funcionários de uma empresa com a perda de seus empregos caso Jair Bolsonaro não fosse eleito é uma prática considerada “assédio moral eleitoral por constranger trabalhadores em sua liberdade política e de voto”.
A investigação surgiu após uma denúncia anônima, que contou que Gayer “reuniu-se com vários empresários goianos e agora está indo às empresas assediar os trabalhadores”.
O Ministério Público do Trabalho destacou a “conduta refratária e reiterada” do deputado bolsonarista de “ir até aos ambientes de trabalho das empresas para admoestar os trabalhadores e induzi-los a votar em determinado candidato”.
Ainda durante a disputa eleitoral, o juiz Celismar Figueiredo já tinha dado uma liminar para que o deputado parasse de realizar esse tipo de reunião e constranger os funcionários.
Gustavo Gayer foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por racismo em falas feitas em programas. A denúncia diz que Gayer se referiu a “africanos” como “quociente de inteligência baixo, inclusive comparando a de macacos”.
Segundo o deputado, as democracias em países africanos “não prosperam” porque o povo não tem “capacidade cognitiva”.
“Democracia não prospera na África porque, para você ter uma democracia, você precisa ter um mínimo de capacidade cognitiva de entender entre o bom e o ruim, o certo e o errado. Tentaram fazer democracia na África várias vezes. O que acontece? Um ditador toma tudo, toma conta de tudo, e o povo [aplaude]”, falou o bolsonarista.