Ministério Público Federal (MPF) informou que já existe investigação no Supremo relacionada à inserção de dados falsos sobre a vacinação do ex-presidente
A Justiça Federal de São Paulo enviou inquérito ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), relacionado à suspeita de falsidade ideológica no registro de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no sistema municipal Vacivida, na capital paulista.
O juiz Diego Paes Moreira, da 6ª Vara Criminal Federal em São Paulo, vê possível conexão entre as investigações sobre o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que foi preso sob suspeita de inserção de dados falsos no sistema de saúde do Ministério da Saúde operado pela Prefeitura de Duque de Caxias (RJ), reduto eleitoral bolsonarista.
A investigação em São Paulo teve início após funcionárias da Coviva (Coordenadoria de Vigilância e Saúde do Município) registrarem boletim de ocorrência.
Elas questionaram registro de vacinação de Bolsonaro em julho de 2021 no Parque Peruche, na Zona Norte da cidade, alegando que o lote da vacina não foi enviado a São Paulo, que a pessoa que aplicou a vacina não trabalhava na unidade de saúde e que o ex-presidente nunca foi atendido no local.
Embora o nome e CPF de Bolsonaro estivessem corretos, o endereço estava incorreto e o e-mail cadastrado era “lula@gmail.com”.
INVESTIGAÇÃO NO STF
A investigação teve início no âmbito estadual e foi posteriormente assumida pelas autoridades federais.
O MPF (Ministério Público Federal) informou que já existe investigação no STF relacionada à inserção de dados falsos sobre a vacinação de Bolsonaro em sistemas de informação do Ministério da Saúde.
Em 4 de setembro, a Justiça Federal de São Paulo enviou o caso a Moraes para avaliar a necessidade de tramitação conjunta dos casos relacionados ao registro de dados falsos sobre a vacinação do ex-presidente nos sistemas de informação do Ministério da Saúde.
Até o momento, Moraes ainda não se pronunciou sobre o processo.
EIS O FATO
Alvo de investigação da PF (Polícia Federal), a inserção de dados falsos no sistema do Ministério da Saúde trouxe novamente à tona o cartão de vacinação do ex-presidente — um dos mais de mil temas colocados em sigilo na gestão passada.
Bolsonaro chegou a prometer apresentar esse documento, mas o acesso sempre foi negado por sua gestão, em questionamentos feitos via LAI (Lei de Acesso à Informação).
“Da minha parte, já falei para minha assessoria, quem quiser meu cartão de vacina, pode olhar”, afirmou o então presidente, em setembro de 2021. Bolsonaro negou diversas vezes que tomou a vacina.
A PF suspeitava que dados falsos de vacinação foram inseridos em registros do SUS do ex-presidente para emitir certificado.