A Justiça de São Paulo concedeu a Pablo Marçal (PRTB), ex-candidato à Prefeitura de São Paulo, o direito de mentir e ele não deverá pagar os US$ 1 milhão que prometeu a quem encontrasse processos movidos por ele contra outras pessoas.
Em entrevista concedida enquanto pré-candidato, Pablo Marçal falou que daria “um milhão de dólares” a quem encontrasse “eu processando uma única pessoa por conta de qualquer coisa. Não existe processo”, garantiu.
“Isso vai estar em minha lápide. Não aceito processar, não mexo com gente otária. A gente prospera tanto que não precisa ficar olhando para o lado para gente otária”, continuou o empresário bolsonarista.
A juíza Giuliana Casalenuovo Brizzi Herculian, da 2ª vara Cível de Santana de Parnaíba (SP), avaliou que essa fala não gerou obrigação legal a Marçal e não pode “ser levado a sério”. Ela negou o pedido feito pelo bacharel em Direito Francisco Luciano da Silva Sales, que apresentou nove ações abertas por Marçal contra outras pessoas.
“Marçal lançou um desafio com promessa de pagamento. Foi bem taxativo para todo o Brasil, durante um programa ao vivo, se orgulhando de ser formado em direito, de sua inteligência, ou seja, de ser conhecedor das leis”, argumentou Francisco Sales.
Pablo Marçal também mentiu sobre o processo, no qual foi preso, por golpes bancários. No começo da disputa pela Prefeitura de São Paulo, ele negava que o processo sequer existia e chegou a dizer que deixaria de ser candidato caso fosse provado o contrário.
A então candidata Tabata Amaral (PSB) mostrou em programa eleitoral que ele estava mentindo e que havia sido preso por participar de uma quadrilha.
Segundo o processo, Pablo Marçal organizava o disparo de e-mails para possíveis vítimas da quadrilha. Ele saiu da prisão depois que entregou seus comparsas, falando até dos que estavam em outros Estados.