A Justiça do Rio de Janeiro impediu mais uma tentativa de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) de abafar o caso da lavagem de dinheiro conduzida por seu assessor Fabrício Queiroz. O desembargador Antônio Carlos Nascimento Amado, da 3ª Câmara Criminal, negou pedido de liminar do senador para suspender a investigação.
Queiroz é investigado em razão da movimentação financeira atípica de R$ 7 milhões em sua conta bancária entre janeiro de 2014 e janeiro de 2017. Nesta época Queiroz era assessor de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e coordenava um esquema criminoso de funcionários fantasma que depositavam parte de seus salários, ou todo ele, em sua conta.
Queiroz, por sua vez, repassava esses recursos para outros envolvidos no esquema.
Segundo sua defesa, Queiroz foi quem indicou a mãe e a irmã do miliciano foragido Adriano Magalhães da Nóbrega, acusado de ser o chefe do ‘Escritório do Crime’, grupo de assassinos de aluguel ligado à milícia e investigado pela morte da vereadora Marielle Franco, para trabalhar no gabinete de Flávio.
Queiroz, que morava no bairro do Taquara, e Adriano são amigos e serviram juntos no 18º Batalhão da Polícia Militar em Jacarepaguá.
Raimunda Veras Magalhães, de 68 anos, era funcionária no gabinete de Flávio Bolsonaro durante parte de seu mandato como deputado estadual. Raimunda aparece na folha da Alerj com salário líquido de R$ 5.124,62. Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega, irmã do miliciano, também foi lotada no gabinete de Flávio na Alerj, com o mesmo salário da sogra.
O senador apontou razões semelhantes à apresentada sem sucesso ao STF (Supremo Tribunal Federal) de que seu sigilo bancário foi quebrado sem autorização judicial. “Mais uma vez alguns membros do Ministério Público do Rio vazam, ilegalmente, informações sigilosas, reforçando a urgência de que sejam julgadas minhas representações contra Eduardo Gussem, chefe do MP/RJ, e Cláucio Cardoso, procurador responsável pelo meu caso, para apurar os crimes de vazamento de informação sigilosa e de improbidade administrativa”, ameaça a nota.
“Fica cada vez mais claro para o Brasil que não fiz nada de errado e que tive meu sigilo bancário quebrado sem autorização judicial. Vou recorrer a todas as instâncias para fazer valer meu direito e para responsabilizar aqueles que tentam atacar minha reputação ilibada com acusações absurdas e fantasiosas”, diz Flávio Bolsonaro.
Para o desembargador, no entanto, “não houve fornecimento de dados sigilosos”. Na decisão, o magistrado afirmou que “caso o Ministério Público estivesse em vias de propor alguma medida judicial (recebimento de denúncia, restrição a alguma atividade do paciente), poderia se paralisar o andamento do procedimento investigatório, até melhor exame da conduta praticada pelo Ministério Público, se compatível ou não com os preceitos constitucionais. Não é a hipótese”.
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a Justiça ,a PF e o MPF precisam de coragem e ética para ir a fundo nesse caso onde queiroz e bolsonaro estão envolvidos. o Brasil exige uma resposta.