
A Justiça do Distrito Federal aceitou denúncia contra três investigados pela tentativa de explosão de uma bomba próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília.
O atentado terrorista ocorreu no dia 24 de dezembro de 2022. A bomba chegou a ser acionada pelos terroristas, mas falhou, disse Polícia Federal.
As investigações da Polícia Civil concluíram que George Washington de Oliveira Sousa, Alan Diego dos Santos e Wellington Macedo de Souza montaram o artefato que foi instalado em um caminhão-tanque de combustível estacionado próximo ao aeroporto.
A denúncia contra o trio, apresentada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, foi acolhida pelo juiz Osvaldo Tovani, da 8ª Vara Criminal de Brasília, em despacho assinado na terça-feira (10). Na sexta (13), o magistrado acolheu pedido do MP e baixou o sigilo que havia sido imposto para “preservar a investigação”.
Eles devem responder pelo crime de explosão, quando se expõe “a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos”. As penas variam de três a seis anos de reclusão e multa.
As acusações de terrorismo serão enviadas para a Justiça Federal.
A bomba foi encontrada por volta das 8 horas na Estrada Parque Aeroporto, próximo ao terminal. Equipes da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e das polícias Civil e Federal agiram conjuntamente para desativar o explosivo.
O material estava escondido em um caminhão que transportava querosene de aviação. A PM foi acionada pelo motorista do veículo onde o artefato estava instalado.
O primeiro suspeito de ter montado o artefato no caminhão, George Washington de Oliveira Sousa, foi encontrado e preso ainda em dezembro. Ele confessou a montagem da bomba e também foi acusado de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, em razão do arsenal apreendido em seu poder.
Apoiador de Jair Bolsonaro, o acusado revelou ter conexões com outros bolsonaristas que acampavam em frente ao quartel-general (QG) do Exército, na capital federal, pedindo que os militares fizessem uma intervenção armada para impedir a posse do presidente Lula.
Em depoimento à Polícia Civil do DF, George Washington de Oliveira disse que o objetivo do ato era “dar início ao caos”, o que poderia “provocar a intervenção das Forças Armadas”. Ele também afirmou que a ação foi planejada com manifestantes que estão no QG do Exército.
“Então eu resolvi elaborar um plano com os manifestantes do QG do Exército para provocar a intervenção das Forças Armadas e a decretação de Estado de Sítio, para impedir a instauração do comunismo Brasil”, confessou.
Wellington Macedo de Souza já havia sido preso por ordem de Alexandre de Moraes sob acusação de incentivar ato antidemocrático no 7 de Setembro de 2021.
No dia que a bomba foi colocada no caminhão-tanque, ele também já era foragido da Operação Nero, por tentativa de invasão ao edifício-sede da Polícia Federal em Brasília. Alvo de duas ordens de prisão, ele continua foragido, assim como Alan Diego dos Santos Rodrigues.