Justiça fecha unidade dos Correios na Brasilândia após sindicato denunciar descaso com funcionários

Foto: Sintect-SP

A Justiça determinou o fechamento da unidade dos Correios na Brasilândia, na zona Norte da capital paulista, por tempo indeterminado.

A Brasilândia é o bairro com maior número de infectados pela Covid-19 na cidade, seguido por Sapopemba, na zona Leste, e Grajaú, na zona Sul.

A decisão da juíza Andréa Grossmann, da 87ª Vara do Trabalho de São Paulo, atendeu a uma ação do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira dos Correios, Telégrafos e Similares do Estado de São Paulo (Sintect).

Na unidade, 12 funcionários testaram positivo para o coronavírus, e um está internado na UTI.

Segundo o sindicato, “a direção da empresa continua tratando a doença como uma gripezinha, jogando a categoria na fogueira e só tomando as medidas recomendadas e necessárias quando é obrigada pelo Sindicato através da luta e da justiça”.

A juíza determinou que a unidade só poderá voltar a funcionar quando a empresa testar todos os funcionários, além de proceder à desinfecção do local, entre outras medidas de proteção recomendadas pelos órgãos sanitários.

Se descumprir a ordem, a empresa terá que pagar multa diária de R$ 30 mil.    

No início de maio, os trabalhadores paralisaram as atividades na unidade em protesto pela falta de condições de trabalho. O sindicato informou que no local em que trabalham cerca de 60 pessoas, havia apenas uma funcionária para fazer a higienização.

Os Correios negaram a denúncia, afirmando que todas as medidas necessárias para conter a contaminação pelo Covid-19 estavam sendo tomadas.

Em nota publicada em seu site, o Sintect esclarece que “nesses bairros estão as pessoas mais pobres da cidade, a maioria dos desempregados, subempregados e informais, que precisam sair às ruas para garantir o alimento diário, além dos que estão empregados e continuam em trabalho presencial, indo e vindo no transporte público, como os ecetistas”.

Portanto, diz o sindicato, “é óbvio que a contaminação vai crescer exponencialmente nesses bairros, e que os trabalhadores dos Correios, que atuam e moram em todos eles, sofrerão as piores conseqüências”.

E cobra menos “descaso da direção da empresa, focada unicamente no negócio e no lucro. Para ela não há seres humanos, vidas que importam, mas apenas números”, diz o sindicato.

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