A Justiça do Trabalho reconduziu o metalúrgico da CSN, Edimar Miguel Pereira Leite, à presidência do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense (SindMetal), após sua destituição ilegal pela diretoria da entidade em fevereiro.
A decisão da desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, Marcia Regina Leal Campos, reconheceu que a decisão do dirigente sindical de exigir do tesoureiro a devida prestação de contas da entidade, fato que motivou a articulação para destituí-lo do cargo, Edimar Miguel estava simplesmente cumprindo com seu papel e agindo dentro de suas atribuições.
Para o presidente da CTB-RJ, Paulo Sérgio Farias, “essa decisão recoloca as coisas no seu devido lugar”. De acordo com ele, “é inconcebível aceitar esse golpe como uma coisa qualquer”.
“Foi uma cassação de mandato ao arrepio do estatuto e da Constituição. Em ambos os casos, o direito de defesa está previsto e a única instância que tem esse poder é a assembleia da categoria”, disse, lembrando do movimento divisionista liderado por integrantes da CUT, que deram um golpe no sindicato e destituíram parte da diretoria legitimamente eleita pela categoria.
“É lamentável que a orientação tenha sido dada por uma central sindical que se diz democrática, que defende a democracia operária. Tudo balela. Eles aprenderam com o Eduardo Cunha como se dá golpe. O que também nos impressionou foi a aliança do grupo golpista com os patrões das empresas da região. Ficou tão evidente a relação promíscua com os donos das empresas que no dia seguinte ao golpe eles já estavam liberados do ponto. Nesse angu tem caroço. Mas finalmente prevaleceu a justiça. Agora é retomar o sindicato e, mais uma vez, devolvê-lo para categoria”, disse Paulo Sérgio Farias.
“Hoje, comemoramos mais essa vitória na luta pelo resgate do nosso sindicato às mãos do peão, verdadeiro e legítimo merecedor de todas as conquistas do nosso sindicato. Agradeço a todas as mulheres e homens de aço, a confiança, o apoio e a solidariedade à nossa luta em defesa de melhores condições de vida e de trabalho dos metalúrgicos do Sul Fluminense”, agradeceu o presidente Edimar Miguel.
A liminar da Justiça tem efeito imediato e, além da recondução de Edimar Miguel à presidência, também reconduz os demais diretores remanejados aos seus cargos originais. A decisão também orienta o sindicato a restabelecer o registro da diretoria administrativa com a composição original e expedir ofício, com urgência, a todos os bancos que a entidade tem conta, para que seja mantida a verdadeira e legítima titularidade das contas.