
“Coach” alucinado foi denunciado por desconsiderar alertas de segurança e prosseguir com uma trilha sob forte chuva e perigos em São Paulo
A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia contra o “coach” Pablo Marçal (PRTB) por colocar em risco a vida de 32 pessoas durante expedição ao Pico dos Marins, em Piquete (SP), em janeiro de 2022.
A decisão foi assinada pela juíza Rafaela Glioche, que considerou a acusação do Ministério Público “adequada e suficiente” para a abertura de ação penal.
Com a aceitação da denúncia, Marçal passa a responder, formalmente, por expor a vida ou a saúde de terceiros a perigo direto e iminente — crime previsto no artigo 132 do Código Penal.
A imputação foi feita 32 vezes, em regime de crime continuado (artigo 71). O fascista terá 10 dias, a partir da intimação, para apresentar defesa prévia.
Antes disso, o Ministério Público havia proposto acordo de não persecução penal, no qual Marçal pagaria R$ 273,2 mil para encerrar o processo. A defesa não se manifestou dentro do prazo, e o caso seguiu para a fase judicial.
ALERTA DE RISCO
Segundo a denúncia, a trilha começou em 4 de janeiro de 2022 e foi realizada em condições climáticas adversas, com chuva intensa, pouca visibilidade e riscos de hipotermia.
O grupo seguia em direção ao cume do Pico dos Marins quando o guia alertou sobre os perigos e tentou interromper o trajeto.
Ainda segundo o MP, Marçal ignorou os avisos e chamou o guia de “covarde”, e ainda insistiu na continuidade da subida. A acusação relata que ele incentivou o grupo a enfrentar a natureza hostil, sob o argumento de que “só assim seriam capazes de vencer e prosperar na vida.”
CRÍTICAS POR NEGLIGÊNCIA
O episódio gerou ampla repercussão na época e colocou Marçal no centro de críticas por negligência.
Além da denúncia criminal, a conduta do ex-candidato à Prefeitura de São Paulo também foi alvo de investigações em instâncias administrativas.
LAUDO MÉDICO FALSO
Ele tem outros problemas. É, além disso, falsificador. A perícia técnica do IC (Instituto de Criminalística) de São Paulo concluiu, em 5 de outubro de 2024, que o laudo apresentado por Pablo Marçal (PRTB) contra Guilherme Boulos (PSol) é falso.
“É falsa a imagem de assinatura em nome do médico “JOSÉ ROBERTO DE SOUZA”, lançada no receituário objeto de exame (…) posto que tal assinatura não apresenta as mesmas características gráficas dos exemplares observados (…)”, está escrito na pericial feita pelo IC.
Inquérito foi aberto pela PC-SP (Polícia Civil do Estado de São Paulo) para investigar o crime de uso de documento falso e outras ilegalidades.
“O Instituto de Criminalística (IC) finalizou o laudo pericial e concluiu que é falso o documento divulgado em rede social por um dos candidatos à Prefeitura de São Paulo. O relatório da perícia foi encaminhado à autoridade policial, que instaurou um inquérito para apurar todas as circunstâncias relativas aos fatos” , informou a SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo) em nota.