
O debate entre os candidatos ao governo de Minas Gerais, promovido pela TV Globo, teve como principais temas como a mineração e a recuperação fiscal. Este foi o último encontro entre eles, para exposição de propostas e contraste de ideias, antes do primeiro turno da eleição no próximo domingo (2).
O debate contou com o governador Romeu Zema (Novo), que não apareceu nos dois últimos debates, com o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD), com o senador Carlos Viana (PL), com o ex-deputado Marcus Pestana (PSDB) e a professora Lorene Figueiredo (PSOL).
Os candidatos criticaram medidas da atual gestão de Zema, como a adesão de Minas Gerais ao Regime de Recuperação Fiscal proposto pelo Ministério da Economia, e a relação com mineradoras.
Alexandre Kalil, reafirmou suas propostas e chamou de “crueldade” as promessas de Zema na área da saúde, que segundo o ex-prefeito, não seriam cumpridas por causa da adesão de Minas ao Regime de Recuperação Fiscal, defendida pelo governador para negociar a dívida de Minas Gerais com a União.
“E o que é mais cruel para você que precisa aí é que é o pobre é quem precisa do Estado. O mais repugnante disso tudo é que sabe que não vai fazer. É de propósito, é maldade”, disse.
Kalil também criticou o gesto de Zema de bater no púlpito enquanto respondia às críticas dos adversários. “Tapa na mesa aqui não. Aqui não é a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), não está rodeado nem de puxa-saco, nem de bilionário. São quatro candidatos que merecem respeito”, disse. Ele também cobrou “valentia” com mineradores.
Em relação às críticas pessoais feitas por Zema, Kalil disse que as acusações contra si são “Sessão da Tarde” comparadas às do atual governador. “A acusação que pesa contra o senhor, eu teria que falar aqui às 3h, porque não pode ter criança na sala”, declarou.
MINERAÇÃO DESENFREADA
Kalil disse ainda que é preciso enfrentar as empresas para evitar que a exploração avance na Serra do Curral, que fica na divisa das cidades de Belo Horizonte, Nova Lima e Sabará.
Já a principal estratégia de Zema foi criticar a gestão petista de Fernando Pimentel, considerada impopular no Estado. O governador declarou que o “governo que se diz social” dava “arroz com água” como merenda para estudantes da rede estadual de ensino.
Zema também fez ataques pessoais ao ex-prefeito de Belo Horizonte, a quem chamou de “mentiroso profissional” e disse que Kalil “acabou com tudo que herdou”.
Durante uma de suas respostas, o governador trocou o nome de Lorene Figueiredo por “Edilene”. Enquanto o chefe do Executivo mineiro tentava retomar sua linha de raciocínio, foi possível ouvir risadas da candidata.
O bolsonarista Carlos Viana voltou a dizer que teria conseguido recurso com o governo federal para a ampliação do metrô de Belo Horizonte. Também fez acenos aos policiais e professores, categorias importantes do funcionalismo público estadual.
Viana afirmou ainda que um “candidato ao Senado” estaria intimidando prefeitos a apoiar Zema para não deixar de receber recursos do Estado.
A professora Lorene criticou a adesão de Minas ao Regime de Recuperação Fiscal, sendo esta a solução para negociar a dívida do Estado com a União, defendida por Zema. Apoiou a discussão sobre diversidade nas escolas como forma de superar problemas sociais.
“Só a cultura expulsa o demônio da ignorância, do racismo, da LGBTfobia, do machismo das pessoas. As pessoas podem ser educadas para uma vida de respeito e de solidariedade”, disse Lorene.
O ex-deputado federal Marcus Pestana criticou a postura de Zema de mencionar várias vezes a gestão do ex-governador Fernando Pimentel, e afirmou que o governador deixaria uma “herança perversa” em relação à dívida do Estado com a União.
Pestana também disse que o chefe do Executivo “tenta evitar” o contraste de sua gestão com os governos tucanos e criticou o fato de alguns secretários de Zema não serem mineiros.