Nove parlamentares da oposição fujimorista mudaram de lado diante da suposta promessa de Pedro Pablo Kuczynski de soltar o ex-presidente presidiário
Graças a nove deputados oposicionistas trânsfugas, o presidente peruano Pedro Pablo Kuczynski, mais conhecido como PPK escapou no último minuto na noite de quinta-feira (21) de impeachment sob acusação de ‘incapacidade moral’ por receber mais de US$ 6,5 milhões da Odebrecht quando era ministro em governo anterior. Eram necessários 87 votos para o impeachment seguir em frente, mas só houve 79. 19 deputados votaram com PKK e 21 se abstiveram.
Na véspera da votação, dezenas de milhares de pessoas foram às ruas de Lima exigir “que se vão todos os corruptos”. Os quatro últimos presidentes peruanos foram flagrados em corrupção, com um preso – Olanta Humala -, outro, Alan Garcia, sob investigação, e o terceiro, Alejandro Toledo, já com prisão decretada, teve extradição pedida aos EUA, onde se encontra foragido, e agora, PPK.
Rumores insistentes asseveram que em troca da salvação do impeachment, PPK se comprometeu em indultar e libertar o ex-presidente Alberto Fujimori, que se encontra preso por corrupção, massacres e tortura. O partido da filha de Fujimori, Keiko, é o maior do parlamento peruano.
É incontestável – porque a própria Odebrecht confessou – que PPK recebeu propina, o que o fez asseverar que “não sabia”. Ele era pago por “consultoria” enquanto era ministro. Cinicamente, ao apresentar sua defesa, asseverou que “não fui suficientemente cuidadoso, peço desculpas, mas não sou corrupto”.
Nas redes sociais peruanas, já começou a campanha #NãoAoIndulto. Tornou-se público que no dia 18 Fujimori apresentou um pedido de indulto ao Ministério de Justiça e três dias antes – conforme o jornal La República – solicitou a comutação de sua pena de 25 anos, que cumpre desde 2009. Fujimori foi condenado por corrupção, pelos massacres de La Cantuta e Barrios Altos, e por dois sequestros. Uma parte ínfima dos crimes que cometeu como ditador nos anos 1990.