Um grupo de colonos judeus fanáticos atacou casas de palestinos e feriu ativistas israelenses contrários à ocupação na vila de Al Farisya, na Cisjordânia. Os colonos jogaram pedras, bateram e usaram spray de pimenta no ataque realizado durante a madrugada de segunda-feira (4).
No atual governo de extrema direita de Netanyahu, o número de ataques contra os palestinos tem recrudescido na Cisjordânia e aumentou ainda mais após a agressão a Gaza.
O israelense Sasha Povolotsky e outros amigos, todos contrários à ocupação do território da Palestina por Israel, estavam dormindo na vila de Al Farisya, que tem sido ameaçada pelos colonos, em uma vigília com o intuito de ajudar a protegê-la.
Por volta das 2h da manhã, cerca de sete dos colonos fanáticos chegaram com um trator e começaram a arremessar pedras contra casas de palestinos.
“Eles atiraram pedras nas casas das famílias e até foram em direção à porta da frente de uma delas. Gil, outra ativista [contra a ocupação], dirigiu-se a eles falando em hebraico e então vi um dos colonos borrifar pimenta em seus olhos à queima-roupa. Ela caiu no chão gritando de dor, e um cara ao lado dela lhe deu uma joelhada nele”, contou Sasha Povolotsky.
Sasha contou que o grupo de colonos continuou jogando pedras e a agredí-los.
“Ficaram jogando pedras na gente, e então quem jogou spray de pimenta em Gil começou a me chutar na cabeça, nas costas e nas costelas, e o sangue realmente começou a escorrer por todo lado, num jato”, continuou.
Povolotsky ficou ferido na cabeça e teve que ser levado para um hospital.
Ele contou que identificou um colono que participou de outro ataque contra uma vila palestina, ocorrido há cerca de um mês.
Os agressores só deixaram o local quando a polícia foi chamada. As autoridades disseram que estão investigando o caso, mas ninguém foi preso.
De acordo com o jornal israelense Haaretz, israelenses judeus que são contrários à agressão aos palestinos e ao roubo de suas terras têm feito uma mobilização para ajudar a impedir ataques.
Os colonos, porém, têm o apoio do governo de Israel. O ministro da Segurança Nacional, o supremacista Ben Gvir, comprou 10 mil rifles para os colonos, usando o slogan “Arme-se e salve vidas”. Eles têm se organizado em milícias para atacar os palestinos e buscado tirar proveito de uma situação na qual a atenção da mídia está com o genocídio em Gaza.