A força-tarefa da Operação Lava Jato apresentou, na quarta-feira (25), nova denúncia contra o ex-senador Gim Argello (PTB/DF) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele é acusado de receber R$ 1,6 milhão da construtora Galvão Engenharia, para não convocar empreiteiros para depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Petrobrás, em 2014. Na época, ele era o vice-presidente da CPMI.
Segundo o Ministério Público Federal, a CPI foi criada para apurar as irregularidades cometidas contra a estatal, mas houve acerto de pagamento de propina ao ex-senador para evitar a convocação de empreiteiros para prestar depoimento.
As investigações apontam que, entre junho e dezembro de 2014, Argello solicitou propina no valor de R$ 5 milhões da Galvão Engenharia, recebendo efetivamente parte deste montante (R$ 1,6 milhão) por intermédio do Partido Social Liberal (PSL), do Trabalhista do Brasil (PT do B) e Partido Ecológico Nacional (PEN).
Segundo o MPF, o valor foi travestido de doação oficial de campanha com a posterior emissão de cinco recibos e registros junto a Justiça Eleitoral, tudo para dar aparência lícita à propina. Os partidos apoiaram Gim Argello na eleição para o Senado em 2014.
O pagamento da propina ocorreu com os depósitos, no mês de julho daquele ano, de R$ 150 mil para o PSL, R$ 150 mil para o PT do B e R$ 500 mil para o PEN. Em agosto, foram depositados mais R$ 550 mil para o PEN e R$ 250 mil para o PT do B.
Argello, que era da base do governo Dilma e conselheiro próximo da ex-presidenta, já foi denunciado e condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) a 11 anos e 8 meses, por receber propina das empreiteiras UTC Engenharia, OAS, Toyo Setal, Camargo Corrêa e Engevix. Ele está preso no Complexo Médico Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.