A Ucrânia receberá uma dura resposta caso se atreva a realizar uma provocação na fronteira com a Rússia na Crimeia, afirmou o chanceler russo, Serguei Lavrov, na segunda-feira, dia 17.
“Kiev pretende realizar na fronteira com a Crimeia uma provocação armada no final de dezembro, quando expire a lei marcial na Ucrânia”, disse o ministro. O parlamento desse país, a Rada, aprovou no dia 26 de novembro um decreto do presidente Pyotr Poroshenko autorizando a introdução de lei marcial por 30 dias.
Lavrov acrescentou que o presidente da Ucrânia está debatendo os preparativos desta provocação com seus “patrocinadores ocidentais”, ou seja, com os Estados Unidos.
“Ele [Poroshenko] terá uma resposta, e lhes garanto que vai ficar sabendo dela”, declarou em entrevista à rádio Komsomolskaya Pravda.
VIOLAÇÃO
Em 25 de novembro, três barcos das forças navais da Ucrânia, em violação dos Artigos 19 e 21 da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito no Mar, atravessaram ilegalmente a fronteira estatal russa em direção ao estreito de Kerch, que separa a península da Crimeia da Rússia continental, provocando entre os dois países um incidente naval no mar de Azov. O fato obrigou as forças guarda-costas navais a perseguir os infratores, arremeter contra o rebocador causando-lhe danos na sala de motores e abrir fogo contra os encouraçados, que tentavam circunavegar a península de Crimeia, comunicou então a direção de fronteiras do Serviço de Segurança Federal da Rússia (FSB).
Segundo o presidente russo, Vladimir Putin, Poroshenko, que tem baixa popularidade entre os eleitores, tenta, desta forma, criar obstáculos aos adversários da oposição e, possivelmente adiar a eleição marcada para a primavera de 2019.
Segundo a informação transmitida pelo Ministério russo, os aliados de Poroshenko lhe recomendam continuar com operações militares de baixa intensidade que não tenham respostas contundentes, mas que graças às quais se poderá “gritar constantemente, na mídia de propaganda, que os russos estão atacando a Ucrânia”.
Porém, mesmo assim, “a Rússia não pensa levar uma guerra contra a Ucrânia”, assegurou Serguei Lavrov.
“Não iremos à guerra contra a Ucrânia, eu o prometo”, disse na entrevista à Komsomolskaya Pravda.
O ministro russo frisou que apesar de que “o regime ucraniano tem características de nazismo e neonazismo”, a Rússia não combaterá contra o povo da Ucrânia “que não tem nada que ver com tudo isso”.
“Estou seguro que a maioria do povo ucraniano quer a paz no seu país e busca se desfazer desse regime vergonhoso e reestabelecer boas relações com a Rússia”, indicou.