O ministro do Exterior da Rússia, Sergei Lavrov, condenou a prisão e solicitação de extradição por parte dos Estados Unidos da diretora da empresa chinesa de telecomunicações, Huawei.
“É revoltante essa atitude de levar à extraterritorialidade as leis norte-americanas”, destacou Lavrov, referindo-se à detenção da diretora de finanças Meng Wanzhou em Vancouver, Canadá, sob acusação de que ela feriu leis unilaterais norte-americanas que estabelecem sanções contra o Irã.
“Esse hábito de levar leis dos EUA a outros países revolta a grande maioria das pessoas e Estados normais”, afirmou o chefe da diplomacia russa.
A prisão de Meng, filha do fundador da Huawei se deu no domingo e foi executada pelos canadenses a pedido dos Estados Unidos, as acusações para a detenção só são conhecidas em linhas gerais, mas não há, até o momento, acusações específicas sobre o que ela teria supostamente cometido em termos de ilícitos.
“É uma política arrogante, chauvinista, que ninguém no mundo aceita. Essa política já está espalhando rejeição até entre os mais próximos aliados dos EUA. Isso tem que acabar”, enfatizou Lavrov, ao falar a jornalistas em evento da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação da Europa), realizado em Milão.
O porta-voz do Ministério do Exterior da China, Geng Shuang, exigiu que o Canadá e Washington esclareçam imediatamente as razões que levaram à prisão de Meng, bem como sua libertação imediata. “Só a detenção já viola seriamente os direitos humanos da vítima”, declarou o porta-voz.