O ministro de Exterior da Rússia, Sergei Lavrov declarou, na terça, que o Congresso Nacional do Diálogo Sírio (CNDS) “foi bem sucedido como primeiro passo rumo à superação da crise na Síria e que aprovou uma Comissão Constitucional que vai trabalhar em Genebra e que inclui representantes eleitos e dos grupos que não atenderam ao encontro realizado na cidade russa de Sochi, com mais de 1.500 delegados entre os dias 29 e 30”.
Lavrov disse que o CDNS foi o encontro de negociações mais amplo desde o começo do conflito na Síria e que “trouxe sob o mesmo teto representantes da oposição interna e de grupos organizados no exterior do país e participantes de etnias que são fatores importantes na vida social síria”.
O chefe da diplomacia russa considera que este assunto se constitui no começo de um processo para levar à prática resoluções da ONU pela solução do conflito com base no diálogo e no respeito à soberania e a integridade da Síria em especial a resolução do Conselho de Segurança da ONU de número 2254.
O enviado do presidente Putin à Síria, Alexander Lavrentiev, enfatizou que no CDNS os organizadores “trabalharam para que o encontro abrangesse todo o espectro do povo sírio”.
Ele ressaltou a atmosfera construtiva do Congresso, “as proposições e posicionamentos dos participantes eram muito sérios e se chegou a consenso em muitos pontos”.
Lavrentiev disse ainda que o objetivo de alguns delegados da oposição “não foi participar no diálogo, mas de inviabilizar o encontro e dizer à Comunidade Internacional que os esforços russos para chegar a uma solução política para a crise na Síria havia chegado a um beco sem saída”.
“Eles vieram com demandas inaceitáveis aos anfitriões [a Rússia] e de interferência em questões tais como palavras de ordem em placas espalhadas pela cidade e nas paredes do Congresso [a principal delas conclamava “Paz ao povo da Síria”] e sobre formas da organização de grupos de trabalho no congresso”, afirmou Lavrentiev, “uma arrogante postura que chegava a interferir nas prerrogativas soberanas dos que organizaram o evento”.
Estes mesmos setores da oposição fanatizada e financiada pelos Estados Unidos ficaram desesperados com a participação do enviado especial da ONU, Staffan de Mistura.
A presença e os elogios do representante da ONU jogou por terra a justificativa destes setores, que ficaram isolados das negociações, de que não iriam participar em Sochi por ser uma tentativa de suplantar o processo de paz de iniciativa da ONU.
De Mistura defendeu sua presença em concorrida entrevista coletiva arguindo que o Congresso de Sochi integrou a ONU na formação do Comitê Constitucional “em termos de sua composição, critérios de seleção e termos de referência”.
Entre os princípios aprovados no encontro está o de que as forças armadas sírias estarão sob controle democrático.
De Mistura disse que “é a primeira vez que oposição e governo mostram a vontade de discutir os princípios de uma nova Constituição, que presidirá as próximas eleições presidenciais e parlamentares”.
“Infelizmente a Síria ainda está dividida e a reconstrução só pode vir como parte de um processo político inclusivo”, declarou, com base no fato de que o CDNS se deu com os embates entre forças curdas e turcas acontecendo ao norte do país, e com várias regiões do país ainda sob pressão de forças irregulares.
A porta-voz do Ministério do Exterior da Rússia, Maria Zakharova, lamentou a ausência de alguns setores opositores “que cometeram o erro político de não comparecerem, mas que não conseguiram empanar o evento” e destacou ainda que todos acompanham “com muita preocupação os acontecimentos em Afrin, região onde predominam forças separatistas curdas apoiadas pelos Estados Unidos e sob ataque da Turquia e concluiu: “a posição da Rússia deriva da compreensão de que é necessário preservar a independência, a soberania e a integridade territorial síria.
Estados Unidos, que fomentaram o conflito, financiando as hostes mais violentas e terroristas, não participaram do evento em Sochi.
NATHANIEL BRAIA
Como de costume os cães de guerra estadunidenses defendendo suas ambições mediante a desgraça de nação alheia!
Parabéns pela clara e didática exposição, Braia!