Com insumos dolarizados e sem estoques, preço do leite dispara para o produtor e nas gôndolas dos supermercados
Depois do preço do leite longa vida assustar os consumidores, com valores entre R$ 7 e R$ 10, as famílias podem esperar mais um aumento nas prateleiras dos supermercados.
O preço do leite comprado do produtor já acumula alta de 19,8% no ano e deve encerrar julho ainda mais caro. De acordo com pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP), o litro deverá ter acentuada alta de mais de 15% apenas este mês, em relação a junho.
Se o preço no campo está elevado, para os consumidores, em 12 meses até junho, o leite longa vida teve inflação de 37,61% de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Os derivados de leite, por sua vez, acompanharam a alta de preços. A valorização foi de 14,95% para a muçarela e 10,53% para o leite em pó (400g), em termos reais (valores deflacionados pelo IPCA de junho/22).
A alta dos custos de produção – inclusive por conta dos combustíveis – justifica o aumento, dizem os economistas. Geraldo Borges, presidente de Associação Nacional dos Produtores de Leite (Abraleite) disse em reportagem ao G1 que as dificuldades da economia fizeram com que muitos produtores saíssem da atividade. Assim, a importação de lácteos subiu 30,2% de maio para junho – contribuindo para o aumento dos preços.
Com os preços da ração, fertilizantes e combustíveis dolarizados, a produção ficou mais cara, o volume de leite caiu e não há estoque, fazendo com que o produto chegue ainda mais caro para o consumidor final.