O economista Eduardo Moreira afirma que com o desemprego que atinge mais de 13 milhões de brasileiros, a queda na renda e com mais de 60 milhões de brasileiros endividados, mesmo que os bancos disponibilizem mais créditos, através da liberação do compulsório prometido pelo governo, não há razão para acreditar que, nessas condições, a oferta de crédito possa resultar em qualquer reflexo importante na ativação da economia.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou que o governo vai liberar R$ 100 bilhões do total dos depósitos compulsórios retidos no Banco Central (BC). O compulsório é o dinheiro que os bancos são obrigados a manter depositados no BC.
Segundo o ministro, a medida vai deixar mais dinheiro nas mãos dos bancos, permitindo ampliar oferta de crédito e teria o condão de estimular o consumo, ou mesmo o investimento, reativando a economia, que se encontra travada como mostrou o resultado do Produto Interno Bruto (PIB): menos 0,2% no primeiro trimestre deste ano em relação ao último trimestre de 2018.
O total dos depósitos compulsórios soma percentuais sobre os depósitos em conta corrente (25%), sobre o dinheiro que os bancos tomam emprestados (31%), CDBs por exemplo, e 20% sobre os depósitos da caderneta de poupança.
Esses recursos não podem ser emprestados, funcionando como um limite de risco e atualmente representam um estoque na ordem de R$ 400 bilhões, dos quais o valor declarado pelo ministro seria algo em torno de 25%.