A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) reforçou o chamado de paralisação dos caminhoneiros, para o próximo domingo (25), contra a política de reajustes no combustível mantida pelo governo Bolsonaro e pela direção da Petrobrás. No início de julho os preços aumentaram pela oitava vez só neste ano.
Carlos Alberto Litti Dahmer, secretário nacional de Políticas Sociais e Acessibilidade da CNTTL, reafirmou a importância da adesão de todos os caminhoneiros, não só os autônomos. “O movimento é organizado pelo Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC). Orientamos que se participe dos atos sendo celetista ou autônomo”, disse.
Litti avalia que a mobilização da categoria para a paralisação de suas atividades já é semelhante ao observado antes da greve de 2018. “O movimento está muito parecido com o anterior à paralisação de 2018, em termos de divulgação, recepção da pauta pela categoria e descontentamento”, apontou.
Segundo Litti, não há previsão de encerramento da paralisação. “Não há data de término projetada. Quem finaliza esse movimento é o governo com as respostas para a categoria”, afirmou o diretor da CNTTL.
A principal bandeira levantada pela categoria é a revisão da política de preços do óleo diesel da Petrobras que, baseada na paridade internacional, têm imposto aumentos abusivos nos preços dos combustíveis no país.
“É necessário rever essa política. Em 2018 o Brasil parou porque o diesel estava em R$ 2,93 por litro. Hoje, o diesel é no mínimo R$ 4,30 por litro e os fretes pagos pelo transporte de cargas são os mesmos de 2018. 60% do valor do frete é gasto com combustível”, disse Litti.
O líder sindical lembra, ainda, que a constitucionalidade da política de piso mínimo para transporte rodoviário ainda está sendo discutida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “O piso do frete precisa ser definido e julgado pelo STF. Três anos se passaram e o piso ainda não foi implementado efetivamente”, comentou.
Litti explica a necessidade de que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) contrate um instituto especializado para realizar estudos e cálculos para reajuste do piso mínimo. A última atualização da tabela foi feita na semana passada pela Agência, considerando apenas o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
“É urgente que a agência licite novo instituto para fazer acompanhamento do piso com a metodologia exigida pela lei. O contrato venceu em janeiro e, desde lá, não há atualização dos custos dos insumos”, apontou.
A categoria também pede que seja incluída em programa especial de aposentadoria com 25 anos de trabalho pela insalubridade tipicamente presente em suas atividades desempenhadas.