Ministro da Educação defendeu prisão para integrantes do Supremo Tribunal Federal e foi elogiado por Bolsonaro
O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), defendeu no sábado (23) a demissão do ministro da Educação, Abraham Weintraub.
O ministro de Educação de Bolsonaro afrontou os ministros do STF na reunião ministerial do dia 22 de abril: “‘Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF”.
Em entrevista à TV Globo, ao ser questionado se demitiria o ministro caso fosse presidente da República, o senador Fernando Bezerra foi direto: “Sim, demitiria”. Na avaliação do líder do governo, os comentários de Abraham Weintraub foram o pior momento da reunião ministerial que antecedeu a saída do ministro Sérgio Moro do governo.
Moro deixou o governo no dia 24 de abril, dois dias após a citada reunião, denunciando que Jair Bolsonaro fez pressão para interferir politicamente na Polícia Federal com o objetivo de controlar investigações feitas pela corporação envolvendo seus familiares e amigos. Assim que Moro deixou o governo, Bolsonaro trocou superintendente da PF no Rio de Janeiro.
Fernando Bezerra revelou ter comentado com o presidente Jair Bolsonaro o conteúdo das declarações de Weintraub. Disse ao presidente que achou totalmente inapropriados os comentários do ministro da Educação. Bolsonaro fez vários elogios à fala do seu ministro da Educação na reunião. E neste domingo, o presidente participou novamente de manifestação com faixas contra o Congresso, a imprensa e o o STF.
Os senadores Kátia Abreu (PP-TO) e Tasso Jereissati (PSDB-CE), que também participaram do programa GloboNews Debate, foram na mesma linha do líder do governo. Criticaram duramente a fala de Weintraub.
Tasso disse que demitiria o ministro, e Kátia Abreu, que jamais o nomearia para comandar a pasta da Educação.
Além de Weintraub, Bolsonaro também defendeu a interferência indevida na Polícia Federal e o armamento para a guerra contra “prefeitos ditadores”.