O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), disse que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), age de forma “errática” e foi “imaturo” ao romper as relações com a representação do partido de Lula.
Hugo Motta confirmou o rompimento da relação institucional com Lindbergh Farias na segunda-feira (24).
Lindbergh respondeu que não encara a Câmara “como um clube de amigos. Tenho uma relação institucional, política, como líder do PT. Eu acho, sinceramente, que foi uma reação imatura por parte do presidente da Câmara”.
O líder do PT comentou, em entrevista ao UOL News, que trabalha de forma previsível, sempre defendendo a pauta do partido e do governo Lula. Já Hugo Motta age de forma “imprevisível” na tramitação de diferentes temas.
Lindbergh comentou sobre a escolha de Hugo Motta de indicar o ex-secretário de Segurança Pública de Tarcísio de Freitas, Guilherme Derrite (PP-SP), para ser o relator do Projeto de Lei Antifacção, que é de autoria do governo Lula.
“Se Motta está com um problema de relacionamento com o governo, tem a ver mais com as ações dele. Lula ficou muito chateado com a escolha do nome do Derrite. Eles acham que o caminho mais fácil é botar a culpa aqui, [mas a culpa] não é nossa”, continuou.
“Você acha que eu ia achar normal a nomeação do Derrite como relator de um PL de autoria do Poder Executivo?”, questionou.
“Para mim, eles tentaram usar aquele projeto, que era pra combater facções criminosas, para criar um novo tipo de PEC da Blindagem. E a gente gritou. Estavam tirando competências da Polícia Federal”, criticou.
“Eu acho que o presidente da Câmara tem que ter uma atuação menos errática”, apontou a liderança do PT.
Segundo Farias, o “grande problema” de Hugo Motta com ele é o papel que o governo e o PT exerceram contra a PEC da Blindagem, que criava regras para proteger parlamentares corruptos. O governo apoiou as manifestações de rua que acabaram por enterrar a proposta.
Lindbergh também falou que espera que Hugo Motta não paute o projeto de anistia para Jair Bolsonaro e outros golpistas. O ex-presidente, que foi preso no sábado (22), tem pressionado seus familiares e aliados para que seu perdão seja pautado no Congresso Nacional.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que seu pai, Jair Bolsonaro, fez um “pedido direto” para Hugo Motta acerca da anistia.
De acordo com o portal Metrópoles, Hugo Motta começou, na segunda-feira (24), a consultar os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre uma possível votação do tema no Congresso. Ministros entendem que um perdão a criminosos que atentaram contra a democracia é inconstitucional.











