A líder do Colégio Médico do Chile [equivalente ao nosso Conselho Federal de Medicina], Izkia Siches, somou-se à campanha da coalizão Aprovo Dignidade para a eleição de Gabriel Boric à Presidência nesta quinta-feira (25)
Ao informar sua decisão de aliar-se a uma ampla composição de forças para derrotar o fascismo representado por José Kast, declarou: “O Chile enfrenta um desafio crucial até o futuro e que, neste momento histórico, creio que todos estamos chamados a dialogar e a contribuir, modelando o projeto que sonhamos para nosso país. Pessoalmente, estou convencida de que quero colaborar com esse caminho rumo a uma sociedade melhor, um caminho de direitos, em paz, em ordem e entre todos”, enfatizou Siches.
Para a presidente da Associação Médica, hoje é necessário percorrer um novo rumo e contribuir para que o projeto liderado por Gabriel Boric seja cidadão, incorpore todos os olhares, avance nos direitos e caminhe com a tranquilidade e segurança que os nossos compatriotas pedem”.
Com a respeitabilidade de quem mobilizou o país desde o ano passado para o combate à pandemia, pressionando as estruturas de governo a tomar medidas concretas contra o coronavírus, Izkia Siches apontou para a necessidade de continuar atentos.
Em meados de junho de 2020, quando o Chile perdeu o controle da pandemia e o país de cerca de 19 milhões de habitantes entrou para a lista de cinco nações do mundo com mais casos, Siches tinha 61% de aprovação entre as figuras públicas, segundo uma pesquisa do instituto Plaza Pública Cadem.
Na época, todos recordam que Siches apresentou as medidas que deveriam ser adotadas no início do confinamento em março: “Apontamos a relevância de poder ter uma estratégia de testagem, rastreabilidade e isolamento”.
“Não sei em que país vivem as autoridades do governo”, afirmou a liderança, em 14 de maio de 2020, quando ministros, prefeitos de áreas luxuosas e o próprio presidente Sebastián Piñera celebraram o fato de o país ter alcançado o “platô”, como apontou a revista IstoÉ.
Agora, com o reconhecimento de suas palavras, a dirigente dos médicos volta a dialogar com o povo chileno sobre a necessidade da mudança e do investimento em setores estratégicos, como a saúde pública. “Sabemos que a saúde se determina em espaços muito mais distantes da atividade de saúde: no local de trabalho, na interação com o meio, nas condições materiais e sociais de existência, no respeito ao outro. Esse tem sido o nosso objetivo, e na busca dessa ideologia temos dedicado o melhor de nós e boa parte de nossa vida profissional”, frisou.
Acredito firmemente que tanto nestas como noutras áreas, assinalou Siches, “o objetivo final não é outro senão a construção de uma sociedade melhor, que respeite a nossa diversidade, atenta às necessidades do outro, onde todos possamos colaborar com o fruto do nosso trabalho. Em suma, uma sociedade mais justa e, portanto, mais saudável”.
Por isso, acrescentou, “assim como meu dever ético tem sido cuidar da nossa Associação e colaborar para torná-la uma instituição amada e respeitada, sinto que hoje meu dever é contribuir para os desafios que temos na saúde, começando por reconhecer e defender o que conquistou durante décadas e alcançar as melhorias que a população anseia de forma transversal”.
Izkia Siches finalizou seu comunicado com a profissional assegurando que ao deixar o cargo, também deixa uma parte de mim, “mas meu compromisso de colaborar no que for necessário diante dos novos desafios que se abrirão permanece intacta”.