O compromisso do presidente eleito Andrés Manuel López Obrador de reabilitar três das seis refinarias da Petróleos Mexicanos (Pemex) para reduzir a importação de gasolina – e aumentar a independência e a soberania do país nesta área estratégica – coincide em vários pontos com o projeto entregue em dezembro por técnicos e especialistas a autoridades do setor e representantes do Movimento de Renovação Nacional (Morena).
“Estamos muito contentes de que uma proposta que estamos defendendo há anos seja retomada, porque sabemos que muito do futuro do México depende de que tenhamos uma indústria forte, na qual o refino e a petroquímica são a base”, declarou Gilberto Ortiz, presidente do ramo petroquímico da Câmara Nacional da Indústria de Transformação (Canacintra). Segundo Ortiz, este é um investimento fundamental para que as manufaturas sejam competitivas no mercado interno e para as exportações e “somente a equipe de Obrador levou em conta o projeto que empresários e especialistas elaboraram”.
Ainda que os industriais e especialistas não tenham dimensionado prazos para colocar as refinarias em ação, o líder empresarial considera factível que estejam em funcionamento em sete meses, período projetado pela nova secretaria de Energia, Rocío Nahle García.
Conforme Ortiz, deverão ser realizados muitos ajustes no orçamento de 2019, a fim de “resgatar a petroquímica nacional”, uma vez que todas as plantas da Pemex foram praticamente abandonadas, sem recursos sequer para a manutenção de pessoal, havendo muitos quadros que se aposentaram ou foram simplesmente desviados para outras áreas, deixando as unidades com um grave déficit de engenheiros experimentados.
Com vontade política e apoio financeiro, sublinhou o líder empresarial, o investimento será compensado e altamente rentável, possibilitando que refinarias que operam atualmente com 40% da capacidade produzam novamente todos os petroquímicos que requer a indústria nacional.
Uma vez lograda a meta proposta pelo governo Obrador, assegurou Ortiz, a importação de gasolina poderá diminuir em até 50%, mas também a maioria dos petroquímicos que deixaram de ser produzidos no país – e cuja compra ascende a 20 bilhões de dólares anuais. Esta economia poderá impulsionar diferentes ramos industriais, como os etilenos para fabricar têxteis, detergentes, plásticos e fertilizantes, concluiu.