Líderes do México, Argentina, Inglaterra e Rússia são alguns dos destacados dirigentes do mundo inteiro que expressaram repúdio ao golpe de Estado perpetrado por grupos fascistas na Bolívia contra o presidente Evo Morales.
O presidente do México, Andrés López Obrador, frisou “a atitude responsável” do presidente Morales “que preferiu renunciar a expor seu povo à violência”.
O Governo do México anunciou sua intenção de oferecer asilo ao líder indígena, e declara manter-se firme em sua política de não intervenção nos assuntos da nação sul-americana.
Alberto Fernández, presidente eleito da Argentina declarou: “Na Bolívia consumou-se um golpe de Estado produto da ação conjunta de civis violentos, o pessoal policial auto-aquartelado e a passividade do exército. É um golpe perpetrado contra o presidente Evo que já havia convocado um novo processo eleitoral”.
“Manifestações violentas sem nenhum tipo de limitação por parte das forças policiais incendeiam moradias e sequestram pessoas. O que acontece na Bolívia se chama golpe de Estado”, condenou a vice- presidenta eleita, Cristina Kirchner, pouco antes da renúncia de Evo. E acrescentou logo depois: “Se queremos viver em paz, é hora de que haja pronunciamentos e, sobretudo, ações claras em defesa da democracia, independentemente de qual seja a orientação política dos governos que surgem da vontade popular”.
O governo de Vladimir Putin, através do Ministério de Relações Exteriores da Rússia, expressou “preocupação” com o “dramático desenvolvimento” da crise política na Bolívia, onde “a onda de violência desatada pela oposição” impediu completar o mandato presidencial de Evo Morales.
O documento constata a “grande inquietude” que suscita o fato de que durante a crise “a disponibilidade do governo boliviano para a busca de soluções construtivas baseadas no diálogo foi arrasada por fatos que se sucederam seguindo um padrão de golpe de Estado orquestrado”.
A Rússia insta a todas as forças políticas da Bolívia a atuar “com sensatez e responsabilidade”, assim como a buscar uma “solução constitucional” em beneficio “da paz, da tranquilidade” e “da restauração do controle das instituições estatais”, assim como para “garantir os direitos de todos os cidadãos e o desenvolvimento econômico do país”, com o qual a Rússia mantém “relações amistosas” e uma “interação construtiva”.
O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, condenou o golpe contra a democracia do país andino e expressou a solidariedade do país com o ex-chefe de Estado boliviano. “O mundo deve se mobilizar pela vida e a liberdade de Evo”, acrescentou.
“O golpe de Estado na Bolívia nos eleva a consciência do que estamos defendendo: o direito do povo a viver em paz, a ser respeitado, a não ser humilhado. É uma batalha que seguiremos travando”, disse o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em coletiva de imprensa com a direção do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).
“Que fique claro. Eles vão atrás do lítio, do estanho, prata, cobre e toda a riqueza mineira da Bolívia. Voltará o FMI, as privatizações, se eliminarão subsídios”, alertou a ex-senadora da Colômbia, Piedad Córdoba.
O líder do Partido Trabalhista da Inglaterra, Jeremy Corbyn, qualificou como grave que, em um país como a Bolívia que goza de um progresso social impulsionado por Morales, o dirigente deva deixar o cargo a pedido de militares. “Condeno este golpe de Estado contra o povo boliviano e apoio a democracia, a justiça social e a independência”.
SUSANA LISCHINSKY