
O presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, o Chorão, afirmou que a troca de comando no Ministério de Minas e Energia (MME) é uma medida inócua para controlar a escalada de preços dos combustíveis e restabelecer uma situação de estabilidade no setor cujo cenário é de “pré-caos”.
Segundo Landim, a percepção da categoria acerca da troca de ministros é de que foi uma manobra de Jair Bolsonaro com viés puramente eleitoreiro.
“Nós vemos como um movimento conjunto do ministro Ciro Nogueira (Casa Civil) e Paulo Guedes (Economia) para tentar enquadrar os seis membros do governo no conselho de administração da Petrobrás. Guedes (está) assustado com a inflação, e Ciro, preocupado com a reeleição de Bolsonaro”, argumentou.
Ele destacou que transportadoras e caminhoneiros autônomos estão com enormes dificuldades para operar por causa dos reajustes no preço do diesel.
“Os impactos [da alta de preços] são trágicos. A situação passou de todos os limites, e o diesel ainda está com o valor 10% defasado em relação ao preço internacional, ou seja, vêm mais aumento nas bombas em breve”, lamentou.
O deputado Nereu Crispim (PSD-RS) – presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas – responsabilizou Bolsonaro pelo aumento dos combustíveis e também criticou a troca de comando no MME.
“É mais um show do presidente. A culpa é unicamente dele, da política de preços dele. Esse ministro que saiu está servindo de bode expiatório, como os outros dois presidentes da Petrobrás, servindo de fantoche para o presidente”, disse.
A Petrobrás anunciou segunda-feira (9) um aumento de 8,87% no preço do diesel. O preço médio do litro subiu de R$ 4,51 para R$ 4,91 nas refinarias. É o terceiro aumento no ano. Em janeiro, a alta foi de 8% e, em março, o preço do diesel explodiu em 24,9% nas refinarias. De abril de 2021 a abril de 2022, o diesel já acumula alta de 54,95% para os consumidores finais.