A deputada Lidice da Mata (PSB-BA), relatora da CPI das Fakes News, afirmou que a operação da Polícia Federal realizada quinta-feira (27), para apurar a veiculação de notícias falsas contra membros da Corte, converge e reforça a linha de investigação que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito está desenvolvendo no Congresso Nacional.
A operação foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Há uma rede financiada por alguns empresários e com recursos públicos – integrada por vários políticos e agentes públicos – para disseminação de informações falsas no Brasil com o objetivo de manchar biografias, espalhar o caos e o medo e influenciar pleitos eleitorais”, disse a deputada.
Para Lídice da Mata, as ações promovidas pela operação reafirmam o que já era conhecido pelos membros da CPMI através de depoimentos e documentos recebidos pela comissão. A deputada antecipou, em nota oficial, os próximos passos da CPMI.
“Vamos aguardar com atenção e serenidade os desdobramentos da Operação. Teremos agora importantes novos elementos que nos ajudarão a desmontar essa rede de ódio, inverdades e impunidade que vem ameaçando a própria existência da democracia e dominando a política nacional desde as eleições presidenciais de 2018”, observou.
Segundo Lídice da Mata, a comissão já solicitou ao STF provas e informações que estão sendo colhidas no dia de hoje. “A CPMI irá juntar aos documentos que já possui e, certamente, (eles) serão fundamentais para instruir nossas investigações”, observou.
A PF cumpriu 29 mandados de busca e apreensão como parte do inquérito. As ordens foram cumpridas no Distrito Federal e nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina, envolvendo nomes ligados ao presidente Jair Bolsonaro, incluindo políticos, empresários e blogueiros.
Entre eles, estão o ex-deputado federal Roberto Jefferson; o empresário Luciano Hang, dono da Havan; o blogueiro Allan dos Santos e o militar reformado Winston Lima.
Os policiais levaram computadores e celulares dos investigados. Além disso, oito deputados federais e estaduais, que não foram alvos da busca e apreensão, foram intimados a prestar depoimento nos próximos dias.