Presidentes das duas casas legislativas se pronunciaram sobre o atentado da manhã desta quarta-feira, em SC. Lira reforçou que vai apoiar endurecimento de medidas punitivas a quem comete crime hediondo. Pacheco disse que é preciso “acabar com esse ambiente de violência no País”
Diante de um Brasil chocado, os presidentes das duas casas no Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do Senado Federal e do Congresso, e Arthur Lira (PP-AL), da Câmara dos Deputados, se pronunciaram sobre o atentado à creche, em Santa Catarina, na manhã desta quarta-feira (5), que matou três meninos e uma menina com golpes de machadinha e deixou mais cinco crianças feridas.
Trata-se de crime horrível, que infelicita todo Brasil, com tamanha violência absolutamente injustificável e, neste primeiro momento, inexplicável. Certamente, as investigação da polícia irão desvendar as motivações de mais essa tragédia que envolve o ambiente escolar.
Pacheco ressaltou que é preciso “acabar com esse ambiente de violência no p8aís”. Ele também elogiou a professora que decidiu proteger as vítimas, ao impedir o acesso do assassino a uma sala com bebês. Se isto tivesse ocorrido, certamente a tragédia teria proporções bem maiores.
PROFESSORA PROTEGEU VIDAS INOCENTES
“Meus sentimentos aos familiares das vítimas, e minha solidariedade ao povo catarinense, diante de tamanha perplexidade. Enalteço a pronta ação da professora que protegeu vidas de inocentes”, escreveu o senador nas redes sociais dele.
Na mesma linha, Lira classificou como “repugnante, deplorável e injustificável”, o ataque e reforçou que o assassino “seja punido com o rigor da lei”.
O presidente da Câmara dos Deputados se colocou à disposição para “endurecer” medidas punitivas para atos como esse ocorrido em Blumenau.
“Não podemos aplicar atenuantes jurídicos para crimes hediondos. No que for preciso, a sociedade terá o meu apoio para endurecer as medidas punitivas aos que atentem contra a vida”, disse o presidente da Câmara.
RECORRÊNCIA
Esses crimes de ódio têm sido recorrentes e têm se alastrado pelo País. Esse é o terceiro caso de atentados em escolas desde o mês passado — um desses não chegou a ser executado porque a polícia conseguiu agir antes.
Em 27 de março, adolescente de 13 anos matou uma professora em escola de São Paulo. A docente tinha 71 anos.
Um dia após esse fato, aluno de 15 anos tentou atacar colegas com golpes de faca em escola municipal na Zona Sul do Rio de Janeiro.
No mesmo Estado, adolescente foi internado, no mês passado, por decisão da Justiça, após a polícia e a Interpol verificarem alerta enviado pelo Google por causa de vídeo em que o jovem explicava como seria o atentado à escola.
VIOLÊNCIA E BOLSONARISMO
Diversas manifestações nas redes sociais estão atribuindo esta tragédia ao clima de ódio introduzido no país a partir das eleições de 2018, vencidas por Jair Bolsonaro (PL).
A partir da gestão do ex-presidente, que passou os 4 anos do mandato estimulando ódio, armamentismo, como forma de supostamente “combater” a violência urbana e diversos discursos na mesma linha teriam estimulado esse clima ora vivido no país.
Certos ou errados, o fato é que há uma onda de violência inominável que tem se alastrado, sem controle, Brasil afora, e chegou a hora de procurar compreender quais as motivações desses fatos chocantes e, aparentemente, inexplicáveis.
QUEM É O ASSASSINO DA MACHADINHA
A PCSC (Polícia Civil de Santa Catarina) identificou o autor do ataque à creche, como Luiz Henrique Lima, de 25 anos. O homem invadiu a instituição de ensino e matou 4 crianças com machadinha.
Segundo o delegado-geral de Polícia Civil de SC, Ulisses Gabriel, o suspeito está detido na CPP (Central de Plantão Policial) de Blumenau, após se entregar às forças de segurança do Estado.
Nascido em 19 de dezembro de 1997, Luiz Henrique é natural de Salto do Lontra, no Paraná. Ele trabalhava como motoboy e mora na cidade catarinense onde ocorreu o ataque.
Nas postagens mais recentes feitas pelo perfil relacionado à Lima, há vídeo com trecho do filme “300 de Esparta”, além de publicação evidenciando a situação financeira da Venezuela. Noutras, o perfil demonstra-se apoiador do bolsonarismo, que coaduna ideias de extrema-direita: armamentistas, radicais religiosas e preconceituosas.
Numa das postagens, o perfil relacionado à Lima compartilha foto do deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro (PL), alisando fuzis em crítica à Venezuela.
M. V.