A caminhonete Toyota Hilux, de placa RGQ3B95, foi, segundo a investigação da PF, usada para receber e entregar dinheiro do esquema criminoso que roubou R$ 8,1 milhões dos cofres públicos
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), usou em sua campanha eleitoral uma caminhonete do empresário e policial civil Murilo Sérgio Jucá Nogueira Júnior, que desviou dinheiro dos “kits de robótica” e foi flagrado com R$ 3,5 milhões guardados em dinheiro vivo.
A caminhonete Toyota Hilux, de placa RGQ3B95, foi, segundo a investigação da PF, usada por Murilo Nogueira Jr. para receber e entregar dinheiro do esquema criminoso que surrupiou R$ 8,1 milhões dos cofres públicos.
A PF monitorou e fotografou a caminhonete sendo usada pelos criminosos no “delivery” de dinheiro.
Nas eleições de 2022, Lira usou esse mesmo automóvel em sua campanha. O veículo foi emprestado como “doação” de Murilo para Lira, correspondendo a R$ 4 mil.
A prestação de contas de Lira registra a “cessão do uso” da Hilux, avaliada em, no mínimo, R$ 200 mil. O documento diz que a doação foi “realizada espontaneamente, a título totalmente gratuito”.
Em um endereço ligado a Murilo Nogueira, a Polícia Federal encontrou um cofre e uma mala lotados com dinheiro vivo. Segundo a Globo, o aliado de Lira guardava R$ 3,5 milhões no endereço.
ALIADOS E CORRUPÇÃO
Com dinheiro do orçamento secreto, em que deputados e senadores indicavam o destino de verba de forma anônima, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) comprou “kits de robótica” da empresa Megalic, de Alagoas.
A Megalic superfaturou em 420% os produtos, mas venceu a licitação porque o processo foi fraudad para favorecer a empresa.
O dono da Megalic é Edmundo Catunda, pai do vereador de Maceió, João Catunda (PSD), amigo e aliado de Arthur Lira, atual presidente da Câmara dos Deputados.
Segundo a PF, Edmundo Catunda pagou, pessoalmente, R$ 500 mil para Murilo Sérgio Jucá Nogueira Júnior. A Megalic fez outros pagamentos para uma empresa de Murilo.
Na Operação Hefesto, deflagrada na quinta-feira (1), a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-assessor de Arthur Lira (PP-AL) e atual assessor do PP na Câmara, Luciano Cavalcante.
Cavalcante usou seu motorista para receber dinheiro do esquema criminoso, como revelou o programa Fantástico, no domingo (4).
Um casal, Pedro e Juliana Salomão, chegou a ser preso por operar a distribuição de dinheiro da corrupção.
Vídeos mostram Pedro entrando em carros de outros membros do esquema com uma sacola cheia de dinheiro e saindo com ela vazia. Eles poderão responder em liberdade.