
Ao falar das prioridades de sua pasta na Câmara dos Deputados, a ministra defendeu política para atrair pesquisadores que estão na Argentina e nos Estados Unidos
Ao avaliar os investimentos que foram feitos no seu ministério nesses 2 anos de governo Lula, a ministra Luciana da Santos, da Ciência, Tecnologia e Inovação, disse que o valor nesse período no setor é seis vezes maior que toda gestão anterior de Bolsonaro. Ela também fez referência ao aumento das bolsas do CNPq em 40%.
Luciana avaliou, também, que, em razão da atual conjuntura política internacional, o governo desenvolverá um programa específico para atrair pesquisadores brasileiros que estão na Argentina e nos Estados Unidos.
As afirmações foram feitas em audiência na manhã desta quarta-feira (9) na Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara dos Deputados, para a qual foi convidada para falar sobre os planos da pasta para o ano.
Luciana Santos lembrou que já existe um programa chamado Conhecimento Brasil que busca atrair pesquisadores no exterior para voltar ao país e para se integrar às redes de pesquisa conjuntas. A ministra disse que, até o momento, 2.500 pesquisadores se interessaram pelo programa, sendo que 573 manifestaram o desejo de voltar para o Brasil.
Luciana destacou, ainda, os seguintes projetos que tiveram prioridade nos investimentos da pasta:
• ampliação do projeto Sirius com dez novas estações de pesquisa
• construção do laboratório Órion, de contenção biológica, que fará estudos sobre patógenos
• construção do reator multipropósito para produção de radiofármacos em parceria com a Argentina
• projeto CBERS, em parceria com a China, para lançamento de satélite meteorológico e de observação
• construção de 19 infovias estaduais (fibra óptica)
• ampliação de áreas de monitoramento de desastres do Cemaden
• projeto Nova Indústria Brasil (NIB) – R$ 26,4 bilhões investidos de um total de R$ 56 bilhões. 2.176 projetos contratados para modernização da indústria
• retomada da Ceitec, empresa que fabrica semicondutores e que deve entrar agora na produção de chips.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
A ministra disse também que o plano de investimentos em Inteligência Artificial é de R$ 23 bilhões até 2028.
“Quando a gente compara com os investimentos da comunidade europeia, nós temos o mesmo investimento da comunidade europeia. Ou seja, não é algo acanhado ou para fazer de conta, é de ir com força, é para valer que nós estamos entrando no Plano Brasileiro de Inteligência Artificial”, sentenciou.
Luciana explicou que estão sendo desenvolvidas 35 soluções de software para o uso da Inteligência Artificial e para a IA em português. Também destacou que o supercomputador Santos Dumont passou da posição 500 para a posição 100 no mundo.
DEFESA DE MAIOR INTEGRAÇÃO
Durante a audiência, o deputado Fausto Pinato (PP-SP) disse que sente falta apenas de mais integração entre as políticas do governo.
“É que acho que falta um pouco mais de conciliação entre o Ministério da Ciência e Tecnologia, Ministério da Defesa, Ministério de Indústria e Comércio, e até Ministério da Saúde. O ministério, hoje, de Vossa Excelência, na minha modesta opinião, é o mais importante. É o que pode mudar a história do país. É uma planta que nós plantamos agora que pode fazer toda a diferença lá na frente”, observou.
Outra ação que o ministério tem atuado, de acordo com a ministra, é para a formação de jovens em tecnologia da informação e, especialmente, o aumento da participação das mulheres no setor, que hoje é de 15,7%. Para a COP 30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, o ministério está atuando na construção do Museu das Amazônias em Belém.
Como prioridades legislativas, ela destacou o projeto que altera a Lei do Bem (PL 4944/20), o que aumenta recursos para o FNDCT (PL 5876/16) e o que regulamenta o uso da Inteligência Artificial (PL 2338/23).
“São 40 anos do MCTI e 50 anos do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia”, pontuou a ministra. “O MCTI está realizando uma série de atividades comemorativas por todo o país, uma oportunidade para revisitarmos a memória, homenagearmos os homens e mulheres que se dedicaram à construção do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia e, sobretudo, valorizarmos a Ciência como indutora do desenvolvimento nacional”, assinalou, ainda, a ministra durante a audiência.
PRESENÇAS NA AUDIÊNCIA
Participaram da audiência os deputados Vitor Lippi (PSDB-SP), Lucas Ramos (PSB-PE), Renildo Calheiros (PCdoB-PE), AJ Albuquerque (PP-CE), Márcio Jerry (PCdoB-MA), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Fausto Pinato (PP-SP), Raimundo Santos (PSD-PA), Zacharias Calil (União-GO), Rui Falcão (PT-SP) e Pedro Uczai (PT-SC).
Acompanharam a ministra o diretor da Finep, Celso Pansera, o presidente do CNPq, Ricardo Galvão, o presidente do CEITEC, Augusto Cesar Gadelha Vieira, e o secretário de Desenvolvimento de Ciência, Tecnologia para o Desenvolvimento Social do MCTI, Inácio Arruda, que fizeram as considerações finais da audiência destacando o papel da pasta na Nova Indústria Brasil para a inovação e competividade; a colaboração com outros ministérios como Saúde, Mulheres, Povos Indígenas e Educação; os investimentos em chamadas no Pró-Amazônia, o lançamento do Prêmio Mulheres na Ciência; e a Olimpíada Brasileira de Matemática (OBMEP).