A deputada estadual Luciana Genro (PSOL-RS) afirmou que a forma de enfrentar o retrocesso de Bolsonaro é compondo uma frente que consiga englobar não somente a esquerda, mas figuras como Rodrigo Maia (DEM-RJ), que é presidente da Câmara dos Deputados, e setores do PSDB.
“O Bolsonaro é um protofascista que tem uma base social significativa que concorda com as ideias dele. As pesquisas mostram de 20 a 30%. Grande parte votou nele porque queria derrotar o PT, não porque queria um presidente fascista no poder. Isso significa que a gente tem condições de derrotar o Bolsonaro”, disse a parlamentar em entrevista ao portal Sul21.
“Eu sou a favor de compor inclusive com o Rodrigo Maia (DEM) em torno de bandeiras concretas. Não para governar. Eu jamais vou governar junto com o Rodrigo Maia, mas eu aceito uma frente junto com ele, junto com setores do PSDB, para enfrentar a censura que o Bolsonaro quer impor à arte, para enfrentar os cortes na educação, para enfrentar a misoginia, para enfrentar retrocessos do ponto de vista dos direitos LGBT”, afirmou.
“Essa é uma frente que eu chamaria de unidade de ação, pontual”, disse.
Para Luciana, que já foi candidata à Presidência da República pelo PSOL, as eleições de 2020 serão muito pautadas pelas questões nacionais, mas “também tem que ter respostas concretas para os problemas do povo”.
Luciana acredita que o PSOL não deve fazer alianças eleitorais com Maia e setores do PSDB, apesar da unidade contra Bolsonaro. Isso porque eles defendem o neoliberalismo.
“Mas, com setores que querem enfrentar o neoliberalismo e enfrentar o Bolsonaro, sim. Por isso, essa amplitude pode chegar até o PDT, sim, se ele estiver disposto, ao PSB, se ele estiver disposto. Mas, é preciso ter esse patamar básico de acordo. A partir daí, o PSOL lançou uma proposta que é de primárias”, continuou.
As eleições primárias serviriam, explicou Luciana, para que uma candidatura de esquerda surgisse da forma mais democrática possível para as eleições municipais de 2020.