Luciana pede apoio do parlamento para mais recursos às pesquisas nas universidades

Luciana Santos, ministra de Ciência e Tecnologia, em fala na Comissão (Foto: Vinicius Loures - Câmara dos Deputados)

Ministra compareceu à Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, compareceu hoje (5) na comissão temática que trata dos objetos de sua pasta na Câmara dos Deputados, quando solicitou que os membros do colegiado aprovem a elevação do Orçamento do Ministério em cerca de R$ 1 bilhão em 2026.

Os recursos serão necessários, segundo a titular do MCTI para custear as atividades de pesquisa nas universidades brasileiras.

O posicionamento de Luciana Santos ocorreu durante audiência realizada pela Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara sobre novas tecnologias sustentáveis para a agropecuária, que serão apresentadas durante a COP30, cujo início está previsto para a próxima segunda-feira (10), em Belém (PA).

A ministra informou, na ocasião, que os recursos, principalmente do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), vêm crescendo e já atingiram R$ 37,4 bilhões de 2023 a 2025.

“Em três anos, nós investimos quase seis vezes mais do que nos quatro anos do governo anterior”, sentenciou.

Luciana Santos sustentou, ainda, que é preciso superar a dependência tecnológica externa do país em vários setores, tese que defende desde que assumiu a pasta no início do governo Lula. Ela defendeu, por exemplo, que o Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), uma empresa pública de semicondutores, deixe de ser uma estatal dependente do Tesouro Nacional para que possa gerir suas receitas.

Presente na audiência, o representante da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Juliano Sebben, afirmou que há uma estimativa de crescimento de 38% do uso da inteligência artificial no setor agrícola entre 2025 e 2033. A IA tem sido usada para processos como a otimização do uso de fertilizantes e a gestão de riscos climáticos.

Com recursos do FNDCT, tem sido desenvolvido, por exemplo, o cálculo do peso bovino por câmeras 3D, o que reduz o estresse animal e o tempo de trabalho.

Stanley Oliveira, da Embrapa, disse que o órgão tem mais de 700 projetos com uso de IA, desde sistemas de contagem de frutas até um que recomenda a quantidade certa de ração para peixes, que será levado para a COP30. Ao todo, serão 32 novas tecnologias da Embrapa com lançamento na conferência, entre eles, um aplicativo que calcula a janela ideal de plantio.

A empresa Solinftec apresentou o robô Solix, que detecta ervas daninhas, reduzindo em 90% o uso de herbicidas com aplicações localizadas. A tecnologia também reduz o uso de inseticidas e diesel.

“A gente não usa nenhum tipo de combustível com o Solix. Ele roda 100% com a energia solar. Muita gente já viu o robozinho que limpa a casa, que volta para a sua estação para recarregar a bateria. O Solix volta também para a estação para recarregar o produto”, explicou a técnica Natália Machado.

Vários convidados afirmaram que é importante votar a regulação do uso da inteligência artificial (PL 2338/23) para que a inovação possa se desenvolver com mais segurança.

Já o deputado Vitor Lippi (PSDB-SP), que solicitou a audiência, defendeu a apresentação de proposta que simplifique a pesquisa no país.

“Tem muito pesquisador que diz que dá mais trabalho prestar conta do que fazer pesquisa. E tem muita gente que já não quer mais fazer pesquisa, porque tem medo, porque põe o CPF ali e tem que gastar dinheiro depois. Enfim, não é isso que a gente deseja”, afirmou.

(com informações da Agência Câmara)

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