O lucro do Bradesco no primeiro trimestre 2021 foi de R$ 6,515 bilhões. Em relação ao primeiro trimestre de 2020 o resultado do banco avançou 73,6%, tendo superado as projeções dos analistas do mercado. Com esse lucro, o Bradesco voltou a superar o Itaú pelo segundo trimestre consecutivo.
O Retorno Sobre o Patrimônio Médio (ROAE, na sigla em inglês) foi de 18,7%, sete pontos percentuais acima do registrado nos três primeiros meses do ano passado, mantendo-se num patamar invejável.
Isso ocorreu pelo simples fato de que as taxas de juros dos bancos se mantiveram basicamente as mesmas de antes da pandemia. A cessão de crédito foi mais restritiva reduzindo o risco de inadimplência e as provisões de perdas foram mais altas como garantia. Em 2020, houve expansão do crédito, com grande participação de linhas garantidas pelo Tesouro.
Com “a faca e queijo na mão”, ou seja, o monopólio da moeda, favorecidas pela alta demanda de empresas e famílias, os bancos “nadaram de braçada”.
Diante da catástrofe da pandemia, com a prerrogativa do Estado brasileiro de emitir moeda, sequestrada pelos bancos, impondo que a quantidade de moeda aumente apenas pelo endividamento do Estado perante a banca, a ganância de cada banqueiro foi o que prevaleceu sobre a economia e a sociedade brasileira.
Quando a imensa maioria da sociedade está perdendo renda, trabalhadores, indústria, comércio e serviços não financeiros amargando queda acentuada ou mesmo prejuízo em suas operações e lucros. Quando os miseráveis vão passando para a pobreza extrema, ou seja, a falta do que comer, o monopólio do dinheiro pela banca, no caso do Brasil, aumentou a concentração de renda.
O lucro que o Bradesco apresenta, com uma rentabilidade espantosa de 18%, é o espelho evidente dessa concentração. Em 2020, considerando todos os bancos em operação no país, os lucros do setor somaram R$ 88,6 bilhões.
Esse espetacular resultado trouxe um retorno sobre o patrimônio líquido (Return on Equity – ROE) na média de 11,5%, para o conjunto dos bancos, quando a economia do país era enterrada na recessão, com o Produto Interno Bruto negativo em -4,1%, no período, com desemprego recorde, empresas fechando e a maior crise sanitária da história.
Para o presidente executivo do Bradesco, Octavio de Lazari Jr, os resultados trimestrais do banco indicam que o país está em processo de recuperação. Diante a situação terra arrasada que o país atravessa esse entendimento só pode ser porque o Sr. Otávio esta “olhando para o espelho”.
J.AMARO