O lucro líquido do banco Bradesco cresceu 25,2% no segundo trimestre do ano, atingindo a magnífica cifra de R$ 6,462 bilhões de reais no período de abril a junho. A instituição é a segunda a informar os resultados do período, depois de o espanhol Santander ter reportado lucro líquido de R$ 3,635 bilhões. Os ganhos dos dois bancos juntos já supera os 10 bilhões de reais em apenas três meses.
Enquanto os bancos registram lucros recordes, a economia do país vai de mal a pior. Com dificuldade até de sair do negativo, nenhum outro índice econômico conseguiu chegar qualquer coisa perto da margem percentual de crescimento dos ganhos dos bancos. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido do Bradesco atingiu 20,6% – o nível mais alto dos últimos 16 trimestres.
O comunicado do Bradesco ainda informou que no primeiro semestre de 2019 seu lucro líquido contábil foi de R$ 11,862 bilhões ou 31,87% maior que em relação a 2018. Neste mesmo período, as expectativas de crescimento do país foram rebaixadas para apenas 0,8%
A aposta do banco para lucrar com operações de crédito a despeito da crise econômica é cobrar juros que beiram a atividade de um agiota – em média 300% ao ano no caso do cartão. No trimestre encerrado em junho, as operações de crédito para pessoa física tiveram aumento de 14,8% comparado ao ano anterior. Com o desemprego em níveis elevados e os salários arrochados, as famílias têm recorrido ao cartão de crédito, ao cheque especial e aos empréstimos pessoais para despesas corriqueiras.
O Bradesco também reduziu expectativas para o PIB (Produto Interno Bruto) do país: de 1,1% para 0,8%. Porém, com a atual margem de lucro, “não dá para não ser otimista com o futuro do país”, disse Otávio Lazari Jr, atual presidente do banco.
PRISCILA CASALE