O balanço do Santander divulgado hoje (31) com os resultados contábeis do terceiro trimestre acumula no ano, até setembro, um lucro líquido de R$ 8,831 – o que representa um aumento de impressionantes 60,6% nos ganhos do banco espanhol sobre o mesmo período do ano passado.
Nenhum índice econômico e provavelmente nenhuma empresa produtiva tiveram no mesmo período um crescimento que se assemelhe com o crescimento do lucro do banco – e dos bancos em um geral.
A receita para lucrar na crise é contar com o apoio do Banco Central na hora de praticar uma das maiores taxas básicas de juros do mundo e de permitir que as instituições bancárias se comportem como agiotas na hora de conceder crédito.
Assim como o Itaú, que também divulgou recentemente seus resultados trimestrais, o Santander atribui à sua crescente rentabilidade no Brasil as operações de crédito, especialmente de pessoa física, contornando a crise pela qual passa o setor produtivo e as empresas.
Essa modalidade se tornou mais rentável primeiro porque as pessoas têm recorrido aos empréstimos, ao cheque especial e ao cartão de crédito para despesas cada vez mais corriqueiras – também por conta da crise. Segundo porque essas operações de crédito têm as maiores taxas de juros (em média de 300% ao ano), fazendo com que os bancos literalmente ganhem com a crise.
No trimestre encerrado em setembro, o lucro líquido do Santander cresceu 2,2% sobre os três meses anteriores, para R$ 3,039 bilhões.