A soma dos lucros dos bancos Itaú Bradesco, Banco Brasil e Santander, no terceiro trimestre de 2017, atingiu a fantástica cifra de R$ 16,4 bilhões e representam uma alta de 14,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
Apesar dos saldos das carteiras de crédito terem reduzido, em relação a junho em -1,3% e em relação ao mesmo trimestre de 2016, em menos 4,5% totalizando R$ 2,075 trilhões, a queda na inadimplência e em consequência o menor nível das despesas com devedores duvidosos, assim como o reforço das receitas com tarifas, estão entre os principais fatores para o êxito nos lucros desses bancos que juntos respondem pela maior fatia do setor bancário no país.
Diante da estagnação no volume de crédito o presidente do Itaú, Candido Bracher, durante uma recente teleconferência declarou que “Existe uma disposição para crescer a carteira [de crédito], mas essa não é uma decisão unilateral. Não depende só de nós, mas também da demanda”, como se as taxas de juros exorbitantes não sejam o principal fator para as pessoas estarem evitando tomar empréstimos.
Repete-se a cada trimestre o mesmo brutal contraste entre a exuberância dos lucros bancários e as dificuldades, algumas graves, da indústria, do comércio do setor de serviços, além das famílias. A conclusão mais evidente é que estamos todos a trabalhar para engordar um único setor que cada vez domina mais a economia. Essa regra não tem como persistir indefinidamente sem uma reação. Se não acontecer alguma mudança antes, certamente nas próximas eleições haverá uma resposta de mudança daqueles estão sofrendo com essa espoliação.
J.AMARO