O lucro líquido dos três maiores bancos privados do país somou, no terceiro trimestre deste ano, a quantia de R$ 16,773 bilhões: o Itaú atingiu R$ 7,156 bilhões entre julho e setembro, o Bradesco R$ 6,542 bilhões e o espanhol Santander R$ 3,705 bilhões.
Esses lucros foram maiores do que os realizados no terceiro trimestre de 2018. Para o Itaú aumentaram em 10,9%, o Bradesco em +19,6% e o Santander +19,3%. No mesmo trimestre de 2018 a soma total dos três bancos foi de R$ 15,031.
Os três bancos atribuíram os seus resultados ao crescimento do crédito para pessoas físicas e para micro, pequenas e médias empresas (MPMe).
No Itaú, que divulgou seu resultado na segunda-feira (4/11), a soma dos créditos dos dois tipos de clientes atingiu ao final do trimestre R$ 313,8 bilhões, um aumento de 17,3% sobre 2018. Entre os empréstimos para pessoas físicas, o cartão de crédito ficou com saldo de R$ 83,3 bilhões.
O cartão de crédito é a linha de crédito mais cara, com custos de mais de 300% ao ano, segundo o Banco Central, o que representa um ganho astronômico para os bancos. Para o Itaú, respondeu por 26,5% dos empréstimos feitos.
A lucratividade dos bancos, no entanto, a perder de memória, sempre foi garantida pelas taxas de juros entre as mais altas do planeta com que conseguiram emparedar a União, estados e municípios no pagamento de juros, assim como os juros extorsivos impostos às pessoas físicas e jurídicas.
O aumento dos empréstimos, festejado pelos bancos, com o impulsionamento do crédito para pessoas físicas e empresas, não são necessariamente um bom sinal para a economia. É cada vez maior o número de famílias endividadas junto a bancos, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Com isso, as vendas do comércio varejista e o setor de serviços continuam patinando.
Enquanto lucram os bancos, a produção industrial segue no vermelho e acumula queda no ano de -1,4% de janeiro a setembro ante o mesmo período do ano passado, segundo o IBGE. Cresce o emprego precário e de baixo rendimento.
O foco e intensidade dos bancos e financeiras, em suas mensagens publicitária, dirigidas ao público endividado, indicam que esse aumento do crédito está em boa parte utilizada para rolar dívidas.