R$ 5,225 bilhões no terceiro trimestre deste ano. Rentabilidade vai a 12,4%
O Bradesco divulgou na quinta-feira (31) os resultados do 3º trimestre do ano (julho, agosto e setembro). O lucro somou um total de R$ 5,2 bilhões, 10,8% maior do que trimestre anterior. Também foi maior do que o resultado do mesmo trimestre de 2023 em 13,1%.
As receitas de serviços mais tarifas do trimestre foram a R$ 9,9 bilhões. O que representou um percentual a mais de 6,3% sobre o segundo semestre e de 8,7% sobre o terceiro trimestre de 2023.
Apesar desse bom resultado, o mercado financeiro queria mais, e derrubou o preço das ações do banco, na bolsa em 4% no pregão de ontem.
Não há propriamente uma novidade na informação de que o Bradesco teve lucro. Tanto ele, como os bancos em geral, operam com lucro há anos a perder de vista. Até mesmo nos anos de pandemia, quando tiverem lucros, inclusive mais altos. O “segredo” é manter taxas de juros para lá de exorbitantes, em todas as linhas de crédito, entre os mais altos do mundo, na esteira dos juros elevados impostos pelo Banco Central.
Há outros também segredos para dar sustentação ao principal, ao conseguirem influência decisiva no Banco Central, através do boletim Focus, que faz a ancoragem, conforme jargão do “mercado”, da inflação futura. Então, é como colocar o lobo para cuidar do galinheiro. A diretoria do BC composta, regra geral, por pessoas do mercado financeiro, e tudo ocorre em uma promiscuidade cada vez mais evidente.
Fazem previsões da inflação ao seu bel-prazer inflando-as sempre que lhes interessem, gerando pressão para o aumento da taxa Selic, que é a taxa básica da economia, influenciando todas as taxas do mercado. No momento, forçando pelo seu aumento dos 10,75% atuais para os 11,75% até o final do ano. Outro meio, ainda, setore da mídia, do qual são anunciantes.
Nem mesmo as taxas do rotativo dos cartões de crédito na faixa de 480% a.a. ou do cheque especial, em torno de 160% a.a., taxas evidentemente esquizofrênicas, fazem enrubescer as faces de seus dirigentes. São os maiores taxas do mundo e submetem famílias e empresas a uma pressão inaudita, derrubando o consumo e a produção.
O Bradesco, como se sabe, está entre os maiores responsáveis por esse ambiente e os números anunciados comprovam essa situação.
A carteira de crédito do banco, que é quanto o Bradesco tem emprestado na praça, é expressiva. São R$ 943,9 bilhões, quase um trilhão, de empréstimos no encerramento do mês de setembro. Alta de 7,6% em 12 meses e de 3,5% no trimestre.
Todos esses resultados favoráveis repercutem na rentabilidade do banco que ficou em 11,3% no terceiro trimestre. Acima dos 10,8% do trimestre anterior e 11% do terceiro trimestre de 2023. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) atingiu 12,4% em um ano, alta de 1,1 ponto percentual.
J.AMARO