Em plena recessão econômica, o banco espanhol Santander obteve, em 2017, o seu maior lucro da história no Brasil. Segundo os dados divulgados na terça-feira (30), o lucro líquido do banco cresceu no ano passado 44,5% e somou R$ 7,99 bilhões.
“Em 2017 alcançamos resultados historicamente destacados, refletindo uma dinâmica de forte aceleração comercial, velocidade das inovações e serviços”, disse o banco em comunicado.
Enquanto a indústria quebra, o desemprego aumenta e os serviços públicos se deterioram nos anos que compõem a pior crise da história do país, os bancos se beneficiam como nunca da política de transferência de recursos através dos juros. Ano passado, o Banco Central torrou R$ 400,8 bilhões com juros – o que equivale a 6,11% do PIB.
A mesma comparação pode ser feita em relação aos investimentos públicos (sem as estatais), que no período sem igual de bonança para os bancos, desabaram 29,49% no ano. O Orçamento aplicado com Saúde, caiu de R$ 120,356 bilhões para R$ 17,108. A Segurança Pública, por sua vez, teve o orçamento reduzido de R$ 11,548 bilhões para R$ 2,378 bilhões.
O banco fez questão de destacar (e atribuir ao seu sucesso) que a taxa de inadimplência medida acima de 90 dias encerrou o ano com redução em relação a 2016 – em 3,2%. A inadimplência no crédito concedido a pessoas físicas, principal argumento usado pelos bancos para extorquir clientes com juros de cartão de crédito e cheque do especial, registrou “o menor nível histórico”, atingindo 3,7%.
Mas nada mudou na criminosa cobrança de juros dos bancos à pessoa física. A taxa média de cobrança de juros do cheque especial (seis instituições financeiras) permaneceu no patamar de absurdos 295,48% ao ano; do cartão de crédito, em 321,63% ao ano. Uma agiotagem sem precedente no mundo.