Entoando “presidente da Bolívia” e levantando bem alto a bandeira andina – a Wiphala -, uma multidão tomou o aeroporto internacional de El Alto nesta terça-feira (28) para recepcionar o professor e ex-ministro da Economia Luis Arce Catacora, candidato do Movimento Ao Socialismo (MAS) às eleições de 3 de maio.
A fim de deixar claro o quão democráticas são as regras que lhe esperam com a autoproclamada – e agora candidata – Jeanine Áñez no governo, assim que desceu do avião Arce foi intimado para responder por pretensos desvios de recursos, acusação aprontada de véspera pela “Justiça” golpista para tentar sabotar a campanha.
Após 52 dias de exílio, com um sorriso no rosto, Arce foi recebido pelo ex-chanceler David Choquehuanca, candidato a vice-presidente, e por dirigentes, militantes e simpatizantes do partido, que reiteraram a determinação de dar continuidade aos 13 anos de avanços políticos, econômicos e sociais proporcionados pelo governo de Evo Morales e do MAS. O partido comandou a Revolução Democrática e Cultural de 22 de janeiro de 2006 até 10 de novembro de 2019, quando o presidente foi forçado a deixar o país.
Com o compromisso de aprofundar e fazer avançar as conquistas, já nesta semana Arce e Choquehuanca estarão reunidos com representantes do Pacto de Unidade, da Central Operária Boliviana (COB) e da direção nacional do MAS, quando será decidida a data para a apresentação do binômio. A ideia é fazer uma concentração massiva, se contrapondo aos cenários de mídia montados por Áñez na tentativa de popularizar seu nome, que mesmo nas suas pesquisas perde para Arce – que fica em primeiro – como para outros dois candidatos do campo do fascismo e do entreguismo mais atroz.
Segundo antecipou o deputado federal Henry Cabrera, “hoje já é o início, o arranque e a consolidação, o início do caminho para o triunfo em 3 de maio”.
Aos 56 anos, Arce foi ministro da Economia e Finanças de 23 de janeiro de 2006 até 24 de junho de 2017 – se afastando para tratamento médico – e, pela segunda vez, de 23 de janeiro a 10 de novembro de 2019, quando renunciou ao cargo em função do golpe de Estado.
Graças à sua intervenção, a Bolívia liderou o crescimento econômico da região, sempre frisando que “a nacionalização dos recursos naturais e a industrialização foram essenciais para o êxito do processo de transformação comandado pelo presidente Evo Morales”. Para Arce, “a lógica do MAS é “completamente contrária à neoliberal”, uma vez que está focada “principalmente no crescimento do mercado interno, na melhoria da qualidade de vida das pessoas”.
Na avaliação do candidato, foi a construção de bases econômicas sólidas o que permitiu avanços sociais extremamente importantes, como o da geração e elevação de renda, da diminuição da taxa de desemprego – de mais de 8% para 4% -, de eliminação do analfabetismo e redução da diferença entre ricos e pobres de 128 para 40 vezes.
L.W.S.
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