Luis Miranda denuncia vazamentos manipulados e pede ao STF acesso a depoimento do irmão

Deputado federal Luis Miranda (DEM-DF). Foto: Cleia Viana - Câmara dos Deputados

O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para ter acesso ao documento final do depoimento de seu irmão, Luis Ricardo Miranda, servidor concursado do Ministério da Saúde, à Polícia Federal no caso da Covaxin.

Luis Miranda acredita que partes selecionadas do depoimento foram vazadas para tentar queimar a denúncia de corrupção na compra da Covaxin.

O depoimento de Luis Ricardo aconteceu sem a presença de escrivão, não foi gravado e ele não teve acesso ao documento final.

“Alguém parece achar interessante essa metodologia de ocultar o que aconteceu, mas solta as partes que interessam de forma errada, porque não reflete a verdade. É um parágrafo dentro de um contexto que dá um entendimento que não é o verdadeiro”, argumentou o deputado Luis Miranda.

“Vou ter que reiterar agora ao STF para que me explique qual é a lógica dessa investigação, porque eu não tenho problema que tudo seja exposto, não tenho problema para que meu depoimento seja gravado e exposto. Não tenho intenção de esconder nada”, continuou.

Apesar do depoimento ter sido sigiloso, algumas informações foram vazadas na segunda-feira (19). Uma delas foi a de que o servidor do Ministério da Saúde trocou de celular e não tem mais a íntegra das mensagens de seus superiores o pressionando para que assinasse o invoice com irregularidades.

O deputado Luis Miranda confirmou a informação, mas disse que seu irmão teve o cuidado de guardar todas as informações necessárias para provar que sofreu pressão.

“Meu irmão não tem mais o aparelho, mas ele tem todos os arquivos, todos os PDFs que estavam arquivados, todas as imagens, os prints, sabe qual foi o número que mandou mensagem pra ele, sabe de onde veio, de qual aparelho veio, sabe qual que é o aparelho que foi processado”, disse.

“Hoje em dia a perícia recupera até as conversas deletadas, aparelho formatado, apagado, então tudo isso aí é possível ser resolvido”, completou.

Os dois irmãos apresentaram à CPI da Pandemia as provas de que membros do governo Bolsonaro no Ministério da Saúde articularam o esquema de corrupção na compra da vacina indiana.

Eles se reuniram com Jair Bolsonaro no dia 20 de março e mostraram os documentos, mas Bolsonaro preferiu acobertar o esquema, proteger seus aliados e não encaminhar para a Polícia Federal. Isso configura, no mínimo, crime de prevaricação.

Um invoice, que é uma prévia da nota fiscal internacional, tinha exigências que não estavam previstas no contrato, como pagamento adiantado e para uma empresa sediada em um paraíso fiscal – que sequer era citada no contrato.

A contratação de 20 milhões de doses da Covaxin aconteceu através da Precisa Medicamentos, que já tinha dado um calote de R$ 20 milhões no Ministério da Saúde através da Global, em 2018, quando o chefe da pasta era Ricardo Barros (PP-PR), atual líder do governo Bolsonaro na Câmara.

Relacionadas:

https://https://horadopovo.com.br/wp-content/uploads/2023/07/Batmovel-1.jpg.com.br/luis-miranda-rebate-onyx-na-camara-e-mostra-que-versao-do-governo-e-falsa/
https://https://horadopovo.com.br/wp-content/uploads/2023/07/Batmovel-1.jpg.com.br/por-que-bolsonaro-atacou-a-cpi-mas-nao-disse-um-so-adjetivo-contra-miranda-questiona-aziz/
https://https://horadopovo.com.br/wp-content/uploads/2023/07/Batmovel-1.jpg.com.br/tem-coisa-muito-grave-na-compra-da-covaxin-diz-deputado-luis-miranda/

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *