
“Nenhum pequeno produtor de açaí, de mel, de castanha será prejudicado. Já criamos um fundo para ajudar a financiar aqueles que possivelmente tenham problemas”, disse o presidente em entrevista à Rede Amazônica
O presidente Lula afirmou que o governo federal adotou medidas para impedir que as tarifas dos Estados Unidos prejudiquem os pequenos produtores de alimentos, buscando abrir novos mercados e comprar alimentos para merenda escolar.
Em entrevista à Rede Amazônica, afiliada da TV Globo, veiculada na segunda-feira (8), Lula declarou que “nenhum pequeno produtor de açaí, de mel, de castanha será prejudicado. Já criamos um fundo para ajudar a financiar aqueles que possivelmente tenham problemas”.
“Na semana do tarifaço [dos EUA contra o Brasil], eu estava numa visita ao Acre e fui visitar uma cooperativa de castanha do Brasil. Tudo aquilo que os Estados Unidos iam comprar, equivalente a US$ 9 milhões, a Europa comprou”, contou.
“Quanto mais castanha, quanto mais açaí, quanto mais suco de cupuaçu, graviola sobrar, mais o mundo vai aprender a comer”, continuou o presidente.
Desde 2023, o governo federal já realizou a abertura de 426 mercados para o agronegócio brasileiro. Na segunda-feira (8), foi anunciada a conclusão da negociação fitossanitária para que o Brasil possa exportar chia em grãos para o Paraguai. Na semana anterior, o Ministério da Agricultura e Pecuária divulgou a abertura de mercado para outros produtos no Japão e na Argentina.
Lula ainda comentou que, “se for necessário”, “o governo assume a responsabilidade de não permitir que os pequenos e médios produtores sofram com a irresponsabilidade da taxação sobre esses produtos” e utiliza os produtos na rede escolar.
O governo dos Estados Unidos aplicou as tarifas contra o Brasil com o objetivo de interferir no Supremo Tribunal Federal (STF) e ajudar o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu por tentativa de golpe de Estado. Inicialmente, Trump falou que todos os produtos brasileiros seriam atingidos pelas taxas de 50%.
Quando da implementação das tarifas, os EUA divulgaram uma lista com 700 mercadorias que ficaram de fora dessa política. No mês de agosto, o volume de exportações do Brasil para os EUA caiu 18,5%. Para outros países, no entanto, o volume teve crescimento, como de 44% para o México, 11% para o Reino Unido, 31% para a China e 58% para a Índia.