A decisão “faz justiça em relação ao pleito de todo um povo, reconhecido por mais de 140 países, por seu direito à autodeterminação”, destacou o presidente
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou de histórica a decisão de Espanha, Irlanda e Noruega de reconhecer a Palestina como um Estado soberano. Os países europeus anunciaram a medida na quarta (22). Ele lembrou, ainda, que o Brasil foi um dos primeiros países na América Latina a assumir essa posição, em 2010.
“A decisão conjunta de Espanha, Noruega e Irlanda de reconhecer a Palestina como um Estado é histórica por duas razões. Ela faz justiça em relação ao pleito de todo um povo, reconhecido por mais de 140 países, por seu direito à autodeterminação. Além disso, essa decisão terá efeito positivo em apoio aos esforços por uma paz e estabilidade na região”, disse o presidente em suas redes sóciais.
Ele prosseguiu dizendo que “isso [a paz] só ocorrerá quando for garantida a existência de um Estado Palestino independente. O Brasil foi um dos primeiros países na América Latina a assumir essa posição, quando em 2010 de reconhecer o Estado da Palestina nas fronteiras de 1967, o que inclui a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital”, completou o presidente.
Lula foi um dos primeiros chefes de Estado a comparar o genocídio que Benjamin Netanyahu está fazendo contra a população civil de Gaza com as atrocidades cometidas por Hitler contra os judeus durante a II Guerra Mundial. O governante brasileiro defende o cessar-fogo imediato e a ajuda humanitária aos civis de Gaza, cercados e sob bombardeios das forças de Israel.
Na opinião do líder dos brasileiros, a posição das três nações europeias terá efeito positivo em apoio aos esforços por paz e estabilidade na região. “Isso só ocorrerá quando for garantida a existência de um Estado Palestino independente”, afirmou.
O primeiros-ministros das nações europeias afirmaram esperar que outras nações façam o mesmo em meio à guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza, que minou a perspectiva de uma solução de dois Estados. A reação de Netanyahu foi de histeria contra os europeus, assim como ele reagiu contra Lula, chegando a declarar o chefe do Executivo brasileiro como ‘persona non grata’ em, Israel.
O premiê da Espanha, Pedro Sánchez, tornou pública a decisão em discurso no Parlamento. Ele já havia anunciado no fim do ano passado a intenção de trabalhar para o reconhecimento da Palestina e negociou durante meses com outras capitais europeias para adotar a medida. Israel está completamente isolada a nível internacional, tendo apenas o apoio dos EUA, que também tem cada vez mais dificuldades internas em manter esse apoio.