Pelo menos duas das cópias do que parecem ser de recibos de aluguel de um apartamento que é usado pela família de Lula e em São Bernardo do Campo apresentam “datas” curiosíssimas: um venceu em 31 de junho de 2014 e outro em 31 de novembro de 2015.
A defesa de Lula apresentou ao juiz Sérgio Moro essas cópias na segunda-feira (25). Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o apartamento pertence a Lula e foi dado a ele pela Odebrecht como pagamento de propina.
Os supostos recibos registram recebimento da falecida Dona Marisa Letícia Lula da Silva valores do aluguel e estão assinados por Glaucos da Costamarques, que comprou o apartamento em 2010. Glaucos também réu nesse processo e é primo do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula.
A defesa de Lula entregou 26 cópias de recibos, com datas entre 2011 e 2015, que eles dizem ser os recibos localizados até agora. Só de 2015 são dez cópias de recibos. Os valores vão de R$ 3.500 a R$ 4.300. Segundo os procuradores da Lava Jato, Glaucos serviu de laranja da Odebrecht e de Lula no negócio e o contrato de aluguel foi falsificado para esconder que o imóvel é de Lula.
Em depoimento a Sérgio Moro, Glaucos disse que só recebeu pelo aluguel em 2015, após a prisão de seu primo José Carlos Bumlai. Segundo ele, os “pagamentos” só foram em registrados no imposto de renda, mas que nunca recebeu efetivamente, antes de 2015. Ele garantiu também que em nenhum momento recebeu os atrasados.
No depoimento de Lula do último dia 13, em Curitiba, Moro cobrou Lula pela falta de comprovantes do pagamento do aluguel. Lula não soube explicar e disse apenas que “devem ter recibos” e que iria checar com o contador. A falta de recibos embaraçou Lula e sua defesa.
O advogado João Mestieri, que representa Glaucos da Costamarques, declarou afirmou que vai analisar os documentos apresentados pela defesa de Lula. De acordo com ele, o cliente não fez nada de irregular, segundo reportagem do Jornal Nacional/Globo.